Parlamento alemão é atração turística

O prédio foi demolido para a realização de um projeto ousado que manteve a fachada intacta, com suas colunas em estilo clássico. No entanto, seu interior foi reconstruído com recursos sofisticadíssimos. A última atração inaugurada no Reichtag, uma cúpula feita de vidro e aço, possibilita uma visão panorâmica da cidade e reúne multidões em filas para uma visita.

Rua das Tílias - Perto dali, a Rua das Tílias é outro ponto que não pode faltar no roteiro.

Quando o imperador Friederich Wilhelm realizou o projeto de arborização da rua principal de Berlim, em 1647, dava a deixa para o batismo de uma das mais fascinantes atrações da cidade. Ele mandou plantar mil mudas de tílias e outras mil de nogueiras nos canteiros centrais da via que ligava seu castelo, Berliner Schloss, ao Parque Tiergarten. As nogueiras não vingaram, mas as tílias, sim. Por isso o nome Unter den Linden, que significa "sob as tílias".

Hoje, passados quatro séculos, as tílias não estão mais lá, mas a rua continua a ser uma galeria de monumentos admirados por todos que por ela passam. Com pouco mais de dois quilômetros de extensão, no lado oriental da cidade, a via foi uma das únicas que receberam atenção do governo comunista.

Os invasores a reconstruíram e fizeram dela um espaço para o desfile de figuras politicamente importantes. Tem como entrada o Portão de Brandemburgo, outro cartão-postal da cidade. Metros à frente estão as embaixadas, recém-restauradas.

Ainda na Unter den Linden, chama a atenção o Palácio das Princesas, um castelo em estilo rococó construído em 1773, que durante dois séculos de existência foi sede de muitas festas. Hoje funciona no local o Opernpalais, um complexo gastronômico com cinco restaurantes.

Biblioteca subterrânea - Caminhando mais adiante o andarilho se depara com a praça universitária cercada pelos prédios da Universidade Rumboldt. Lá, Adolf Hitler ordenou que grande parte do acervo literário da cidade fosse destruída.

Hoje, neste mesmo local, um monumento foi montado convidando as pessoas a refletirem sobre o fato. No centro da praça, uma janela de vidro no chão esconde uma biblioteca subterrânea. Quem se aproxima avista centenas de prateleiras vazias. Ao lado, um verso do poeta Heirich Heine: "Um livro destruído, uma alma perdida". Contrastando com as cenas do passado, bancas de ambulantes estendem-se pelo local oferecendo livros novos e usados.

Arco-íris - Mas não é só de história e monumentos que vive Berlim. A capital alemã é também o local dos sonhos de quem deseja liberdade de estilo. Os gays lá promovem uma das maiores festas para homossexuais e simpatizantes no mundo, o Christopher Street Day. Neste ano, em junho, mais de 300 mil pessoas fizeram juz à bandeira do arco-íris, símbolo do movimento GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) internacional, que ornamentava o pátio da Rathaus Schoenemberg, a antiga prefeitura da cidade.

Nas proximidades, a Alexanderplatz (Praça Alexander) é palco de performances de artistas mambembes. Pode ser música, mímica ou teatro. A surpresa é a oferta da casa. O lugar, entretanto, já foi conhecido por ser abrigo de punks e skinheads. E por isso não era freqüentado por turistas. Como o muro, estas figuras, uma vez consideradas típicas do figurino berlinense, deixaram poucos vestígios. O guia Martin Seel, com o tom de quem está contando uma lenda, diz que, em um belo dia do ano passado, carros da polícia obrigaram os skinheads a fazer uma viagem para o sul. Eles nunca mais voltaram. Já os punks, que dividem a rebeldia com o outro grupo apenas no preto básico das roupas e nas argolas espalhadas pelo corpo, foram transferidos para um albergue. "Todas essas medidas fazem parte de um programa de recuperação da cidade", completa Steel.

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Jornal da Tarde