ANGRA DOS REIS Ilha
Grande é o território dos aventureiros Esqueça
o luxo. A uma hora do agito náutico de Angra, este é o território dos aventureiros,
ecoturistas e adeptos do mergulho O grande destaque
de Angra dos Reis foge à regra. Distante pouco mais de 20 quilômetros
da cidade, surge um território de 187 quilômetros quadrados que é
bastante acessível, apesar de isolado pelo mar: a Ilha Grande. Ali, misturam-se
jovens paulistas e cariocas, além de estrangeiros, que a enxergam como
um dos melhores exemplos da exuberância natural do País. Neste
pedaço de terra com nada menos de 106 praias, só se chega de barco.
Carros, nem pensar: eles devem ficar em Angra
ou em Mangaratiba, enquanto o turista embarca na balsa com nada além da
bagagem que puder carregar. Uma vez na ilha, a regra é andar descalço
e estar sempre preparado para um mergulho. O
ponto de desembarque da maioria dos turistas é a Vila do Abraão,
que funciona como uma capital da ilha, um dos únicos vilarejos com sinal
de civilização em meio à mata tropical. Nela estão
a maior parte das pousadas, campings e restaurantes - onde não faltam peixes
fresquinhos. Festa noturna À
primeira vista, a pequena e colorida vila parece pacata. Mas, à noite,
ela entra em festa. Há feira de artesanato e shows ao vivo na pequena praça
central na beira da praia, além de forró e bares variados. Para
quem não dispensa MPB e bossa nova, o charmoso Bar da Bossa é imperdível.
Assim, a ordem geral é dormir tarde e
acordar cedo. A descoberta durante o dia pode começar pelo mar. Num passeio
de escuna (reservas em todos os cantos da vila), os pontos "oficiais"
de parada são a Lagoa Azul e a Lagoa Verde. E muitas outras atrações
ainda estão por vir. Se o tempo colaborar, não perca a Gruta do
Acaiá. Trilhas Uma série
de trilhas aguarda o visitante. É bom ficar atento à placa que indica,
no início do caminho, o grau de dificuldade e a duração do
passeio. A que liga a Vila do Abraão
à Praia das Palmas e a de Lopes Mendes (que ficam do lado oceânico)
ou a que leva à Cachoeira da Feiticeira exigem maior fôlego. E levam
mais de uma hora por subidas e descidas no meio da mata. Já
o trajeto até as ruínas do Presídio Lazareto (ou Cândido
Mendes) é bem mais leve, com direito à visita ao aqueduto, construído
em 1889. Não confunda esse presídio, no entanto, com a Colônia
Penal de Dois Rios, situada na praia de mesmo nome desde 1903. A partir de 1940,
ela passou a abrigar exclusivamente os presos políticos. O escritor Graciliano
Ramos foi um deles e a história do que viveu por lá ficou registrada
em Memórias do Cárcere. Histórias
e lendas sobre a ilha, aliás, existem de sobra. Uma delas diz que os presos
mais espertos usavam os sapatos invertidos nos pés durante a fuga, na tentativa
de deixar as pegadas no sentido contrário. Quem
passa pelas calmas águas da baía nunca imagina que, entre os séculos
16 e 19, ela foi palco de batalhas entre piratas, corsários e os barcos
do Império. Resultado: é um dos locais com o maior número
de naufrágios do mundo, à espera de mergulhadores. VEJA
TAMBÉM: » Angra
dos Reis, uma fatia sofisticada da Costa Verde carioca » Frade
é a nossa Beverly Hills » Mangaratiba
oferece conforto e lazer de Primeiro Mundo » Preservação
é lema e motivo de polêmica » Um
safári com jeitinho africano GUIA:
Ilha Grande: há balsas diariamente de Angra e de Mangaratiba, às 15h30 e às 8h,
respectivamente. Custa R$ 2,50 aos sábados e R$ 6 nos fins de semana e feriados
Jornal da Tarde Volta |