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SUÍÇA
Região de Lugano é marcada por forte sotaque italiano
A cidade é cercada de romantismo e há quem compare sua paisagem à da Baía de Guanabara

Pelas ladeiras de Lugano, no Cantão de Ticino, os ares italianos remetem a uma atmosfera ainda mais romântica. Debruçada sobre o Lago de Lugano, a região reúne as cidades e vilas suíças de língua italiana.

Uma simples caminhada pelas praças e vias comerciais ou um passeio de barco até os vilarejos que rodeiam o lago, no caminho da Lombardia, na Itália, são suficientes para você entrar no clima.

Em segunda lua-de-mel, o casal brasileiro Luís Carmona e Leda Queirós logo absorveu essa atmosfera. Eles trataram de fazer um passeio de barco pelas tranqüilas águas do lago. Conheceram vilarejos charmosos, viram restaurantes típicos e ficaram curiosos com o povoado de Campione D'Itália.

Governado por Milão, o povoado é regido pelas leis italianas. A moeda, contudo, é suíça. Vivem lá cerca de mil felizardos, entre artistas e intelectuais italianos. Em Campione, funciona um vistoso cassino, responsável, na década de 60, pelo bom andamento da economia local.

"Ficamos curiosos, mas não deu vontade de jogar", disse Carmona. Se quisesse, teria de apresentar-se de terno, gravata e de passaporte em mãos.

"Legal mesmo são as casinhas na beira do lago, todas muito arrumadinhas e charmosas", completou Leda.


Polêmica - Uma plataforma instalada sobre o lago sustenta uma enorme réplica da igreja de San Carlo alle Quatro Fontane di Roma. A cidade investiu mais de US$ 1 milhão na homenagem, mas parece que não agradou muito à população.

Na verdade, trata-se de uma obra esquisitona, feita de tábuas sobrepostas, em preto e amarelo. Uma corrente sugere que a obra, do arquiteto Mario Botta, seja queimada. Como em tudo na Suíça, a decisão sai em referendo popular, que deve ocorrer nas próximas semanas.

De volta a Lugano, é comum deparar-se com senhores de cabeça grisalha gastando horas em torno dos enormes tabuleiros de xadrez desenhados no chão da Piazza della Riforma. Aproveite que na primavera e no verão os dias suíços se estendem até as 21 horas, quando enfim começa a escurecer, e descubra os pequenos segredos da cidade.


Delícias - Na Via Pessina, em meio ao centro histórico, a família Gabbani oferece pães, doces, quitutes, frutas e outras pequenas guloseimas em seis barracas armadas nas ruas. Os strudels e mascarpones, por exemplo, custam US$ 1,50 cada.

Mais adiante, a Igreja Santa Maria de Los Angeles também vale uma visita.

Erguido entre 1499 e 1515, o templo guarda a maior pintura renascentista da Suíça, com 10 metros de largura por 10 de altura, obra do italiano Bernardino Luini. Pena que uma construção inacabada, anexa à igreja, estrague o visual externo.

Ao anoitecer, volte à Piazza della Riforma. Lá, os jovens reúnem-se em mesinhas ao ar livre, para comer, beber e jogar conversa fora.

Também reserve um tempo para conhecer o Monte de San Salvatore. Chega-se ao topo de funicular e o visual do passeio, por si só, já vale a pena. Há quem exagere e compare a paisagem de Lugano à da Baía de Guanabara. Não é para tanto.

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Fábio Vendrame, especial para O Estado de S. Paulo

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