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A insignificância é libertadora

Não somos tão importantes assim, e aceitar isso pode nos permitir abraçar nossa humanidade Você tem medo de não ser importante? Pois saiba que abrir mão dessa pressão, na verdade, pode te libertar para ser feliz de verdade. Então fica com a gente nessa matéria para identificar se o pavor da insignificância está atrapalhando sua […]

1 nov 2024 - 15h41
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Não somos tão importantes assim, e aceitar isso pode nos permitir abraçar nossa humanidade

Você tem medo de não ser importante? Pois saiba que abrir mão dessa pressão, na verdade, pode te libertar para ser feliz de verdade. Então fica com a gente nessa matéria para identificar se o pavor da insignificância está atrapalhando sua vida e como se livrar disso. 

Foto: Pixabay
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Foto: Revista Malu

"O 'medo da insignificância' pode ser entendido como uma preocupação intensa e persistente de não ser valorizado ou de não ter impacto significativo na vida das pessoas ao redor", define a psicóloga especialista em neurociência do comportamento, Sabrina Amaral. 

Ver a vida como um quebra-cabeça

Imagine um cenário em que cada pessoa é como uma peça única de um quebra-cabeça. "Quando alguém tem medo da insignificância, é como se essa pessoa se sentisse perdida ou fora do quebra-cabeça, achando que sua peça não faz diferença no quadro completo da vida", descreve Sabrina.

É como se você se perguntasse: 'Será que o que eu faço realmente importa?'.Segundo a psicóloga, isso pode ser consequência de pensamentos automáticos negativos, como comparações constantes, e podem levar a emoções de inadequação e desvalorização.

Atenção ao fluxo de pensamentos

Geralmente, quem lida com o medo da insignificância muitas vezes têm pensamentos automaticamente negativos, listados pela profissional como:

  • Comparação constante: Frequentemente se compara aos outros de uma maneira que a faz sentir-se inferior ou menos capaz.
  • Busca por validação externa: Depende muito da aprovação e reconhecimento dos outros para se sentir valorizada.
  • Desvalorização pessoal: Tende a minimizar suas próprias conquistas e habilidades, focando apenas nas falhas e imperfeições.
  • Autoexigência elevada: Estabelece padrões muito altos para si mesma, sentindo que precisa alcançar feitos extraordinários para ser considerada importante.

Além disso, há uma série de outras distorções cognitivas que funcionam como lentes embaçadas na hora de ver o mundo. "Entre elas, a catastrofização, filtro negativo, pensamento 8 ou 80, desqualificação do positivo, entre outros" cita a psicóloga. 

Isso pode se manifestar através de decisões que evitarão novos desafios ou situações nas quais haja risco de falhar, tudo isso por medo de confirmar suas próprias crenças de insignificância. "A pessoa pode se retrair socialmente ou evitar se expor, temendo não ser aceita ou reconhecida", complementa.

E de onde vem o medo da insignificância? 

Cada ser humano é único, mas algumas causas comuns de medos emocionais podem ser identificadas. Traumas passados, como rejeição e bullying, experiências de infância em que a pessoa se sentiu ignorada, e crescer em um ambiente familiar invalidante podem contribuir para o medo de insignificância. Pressões culturais e sociais que enfatizam o sucesso e a competição, bem como o perfeccionismo e uma autoimagem negativa, também são fatores relevantes. "Essas experiências e traumas moldam a percepção do próprio valor e significância, influenciando pensamentos e comportamentos ao longo da vida", explica Sabrina Amaral.

Inúmeros fatores podem agravar esse quadro, de acordo com a psicóloga. A cultura de comparação nas redes sociais é um deles, ao incentivar as pessoas a medir seu valor com base em conquistas visíveis, como carreira, status social e aparência física, e colocando-as sob constante pressão para se destacarem. 

A insignificância pode te libertar

Aceitar a ideia de insignificância pode ser libertador quando entendemos que não precisamos ser extraordinários ou superiores para sermos valiosos. "Quando aceitamos nossa insignificância relativa, diminuímos a pressão de ter que alcançar padrões perfeccionistas ou de buscar constantemente validação externa", esclarece. Como consequência disso, desenvolvemos a capacidade de sermos mais gentis conosco mesmo e aceitar nossas imperfeições como parte natural do ser humano.

"Aceitar nossa insignificância pode ser libertador ao nos permitir abraçar nossa humanidade com compaixão e humildade, encontrando um equilíbrio saudável entre aspirações pessoais e aceitação do que somos verdadeiramente." (Destaque)

Como reduzir o medo da insignificância?

"O primeiro passo para você resolver um problema, é admitir que ele existe", aponta Sabrina. A especialista explica que, uma vez que a pessoa aceita que esta condição existe e a afeta, é possível explorar melhor o quadro, tentar entender o porquê e se conhecer melhor, para que assim possa se engajar num processo de mudança. "E como sempre costumo dizer, informação é poder, e quem tem o poder tem o controle." 

O caminho mais assertivo, certamente, é o da terapia. "No consultório, utilizamos estratégias como a identificação de pensamentos distorcidos, aprendendo a reconhecer e desafiar comparações excessivas e pensamentos de desvalorização pessoal", revela a psicóloga, especialista em neurociência do comportamento. 

Existem outros caminhos

Se a pessoa não está num momento de fazer terapia, e isso pode acontecer por diversas razões, existem algumas práticas que podem ajudar:

  • Prática de mindfulness para aumentar a consciência do momento presente e reduzir preocupações com o futuro e comparações.
  • Investir em aprender novas habilidades ou desenvolver talentos pessoais para aumentar a autoconfiança e a sensação de valor próprio.
  • Cultivar relacionamentos significativos com amigos e familiares para fortalecer o senso de pertencimento e importância pessoal.
  • Manter um diário de gratidão ou refletir diariamente sobre coisas pelas quais você é grato para cultivar uma perspectiva positiva.
  • Fazer um detox das redes sociais para diminuir sentimentos de inadequação e aumentar a autoaceitação.
  • Fazer voluntariado ou ajudar os outros para reforçar o sentimento de significado e valor pessoal.
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