A próxima explosão solar está perto de acontecer? Descubra
Pesquisadores apontam que a próxima tempestade energética pode estar muito mais perto de acontecer do que imaginamos; entenda e veja consequências
Segundo um estudo publicado na revista 'Science', a última explosão solar ocorreu há mais de 165 anos. Isso fez com que os cientistas passassem a estudar mais sobre o assunto para tentar descobrir se um evento do mesmo tipo pode estar próximo. Descubra:
Uma explosão solar pode estar próxima?
De acordo com os pesquisadores, sim, um fenômeno solar intenso pode estar perto de acontecer. O superflare, como nomearam, é uma explosão solar energética de grande intensidade que pode afetar a vida na Terra. Isso porque ele libera até mil vezes mais energia do que uma versão mais comum da ocorrência.
Ademais, eles acreditavam que o intervalo entre as ocorrências era bem maior, entre mil e dez mil anos mais especificamente. Porém, a análise mostrou que, na verdade, a frequência é de uma por século. "Ficamos muito surpreendidos ao descobrir que estas crises são tão comuns", afirmou o primeiro autor, Valeriy Vasiliev.
Para chegar à essas conclusões, analisaram os dados do telescópio espacial Kepler, da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) - entre 2009 e 2013 - que observou 56.450 estrelas semelhantes ao Sol e identificou 2.889 eventos de supererupção em 2.527 delas.
Quais as possíveis consequências de uma explosão solar?
O serviço meteorológico Meteored aponta que as consequências na Terra podem ser significativas. E o impacto maior é na tecnologia, principalmente em falhas nas redes elétricas, nos sistemas de comunicação via satélite, danos em transformadores elétricos e cabos subaquáticos, que são responsáveis pelo serviço de Internet. As pessoas também podem esperar apagões mundiais.
A marca nas árvores
No dia nove de outubro deste ano, um centro federal dos Estados Unidos emitiu um alerta de tempestade solar grave e o assunto passou a ser tema das conversas entre diversas pessoas. Apesar da novidade, o fenômeno não é novidade para a Terra. Recentemente, pesquisadores descobriram que uma versão extrema já aconteceu. Como? Descubra abaixo:
O ocorrido, segundo a publicação no periódico Communications Earth & Environment, foi em 664 a.C. E você pode se perguntar como eles descobriram isso, se ainda nem tinha energia. A resposta está nas árvores. Isso porque elas acumularam carbono-14 - uma variante radioativa natural do carbono - nos anéis de seus troncos.
Para entender melhor, a atividade solar fez com que os prótons bombardeassem a atmosfera terrestre. Com isso, reações químicas se desencadearam e aumentaram a quantidade de isótopos radioativos. Ou seja, toda essa informação ficou registrada no anel formado naquele ano.
Por fim, para comprovar, os estudiosos também analisaram a presença do berílio-10, outro isótopo encontrado nos núcleos do gelo retirados das profundezas das geleiras. Assim, as chuvas e a neve prenderam a substância nas camadas. "Se os núcleos de gelo do Polo Norte e do Polo Sul mostrarem um pico no isótopo berílio-10 em um ano específico, correspondendo ao aumento de radiocarbono nos anéis das árvores, sabemos que houve uma tempestade solar", esclareceu Irina Panyushkina, do Laboratório de Pesquisa de Anéis de Árvores da Universidade do Arizona.