Abril Verde: afastamentos por saúde mental no trabalho crescem
Em 2024, país registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o maior número da última década O Brasil enfrenta uma crise de saúde mental que impacta diretamente trabalhadores e empresas. Dados G1 revelam que, em 2024, mais de 470 mil pessoas precisaram se afastar do trabalho devido a transtornos como ansiedade e […]
Em 2024, país registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais, o maior número da última década
O Brasil enfrenta uma crise de saúde mental que impacta diretamente trabalhadores e empresas. Dados G1 revelam que, em 2024, mais de 470 mil pessoas precisaram se afastar do trabalho devido a transtornos como ansiedade e depressão. Essse é o maior número registrado nos últimos dez anos. Esse número representa um aumento de 68% em relação a 2023. O aumento acende um alerta sobre as condições de trabalho, a sobrecarga emocional e a falta de suporte psicológico adequado.
O que é Abril Verde?
No contexto do movimento Abril Verde, que visa conscientizar sobre a importância da saúde e segurança no ambiente de trabalho, é fundamental destacar a relevância da saúde mental dos trabalhadores. O bem-estar psicológico é essencial para prevenir acidentes e doenças ocupacionais, contribuindo para um ambiente laboral mais seguro e produtivo. Durante este mês, empresas e organizações são incentivadas a implementar ações que promovam a saúde mental. Como programas de suporte emocional, palestras educativas e a criação de espaços de diálogo abertos sobre o tema.
Para o psicólogo Valney José, especialista em saúde mental, professor, psicólogo, palestrante, músico e criador do projeto "Diálogos Musicados Sobre Saúde Mental", esse cenário evidencia um problema estrutural que precisa ser enfrentado com urgência. "A sobrecarga no ambiente profissional, a insegurança no emprego e a dificuldade de equilibrar vida pessoal e carreira são alguns dos principais gatilhos para o adoecimento mental. Precisamos de políticas eficazes que incentivem a promoção da saúde mental dentro das empresas e na sociedade como um todo", afirma Valney.
Por que falar de saúde mental?
O cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho deve ser uma prioridade para empresas e gestores. Ambientes tóxicos, cobranças excessivas e falta de reconhecimento impactam diretamente o bem-estar emocional dos colaboradores. O que leva a quadros de esgotamento, baixa produtividade e aumento do absenteísmo. A criação de espaços de acolhimento, flexibilidade na jornada e incentivo ao acompanhamento psicológico são medidas fundamentais para a construção de uma cultura organizacional mais saudável e sustentável.
O especialista reforça que a prevenção deve ser prioridade e que o debate sobre saúde mental precisa ganhar espaço dentro das organizações. "Investir no bem-estar dos colaboradores não é um custo, mas um benefício. Empresas que adotam práticas de apoio emocional e ambientes mais saudáveis colhem resultados positivos, tanto em produtividade quanto na retenção de talentos", destaca o psicólogo.
O que leva a uma crise?
A crise de saúde mental no ambiente de trabalho não surge isoladamente. Mas é resultado de um conjunto de fatores que impactam diretamente o bem-estar dos profissionais. Sobrecarga de trabalho, pressão por metas inatingíveis, falta de reconhecimento, conflitos interpessoais, assédio moral e sexual. E a ausência de autonomia para execução de tarefas contribuem significativamente para esse cenário. Esses desafios, aliados a ambientes organizacionais tóxicos e a exigências desequilibradas entre vida pessoal e profissional, intensificam os níveis de estresse e ansiedade, levando ao recorde de afastamentos.
Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1)
Diante desse cenário alarmante, o Ministério do Trabalho anunciou a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que estabelece diretrizes para a promoção da saúde no ambiente de trabalho. A nova versão da norma reforça a importância da adoção de políticas preventivas e do desenvolvimento de ações que garantam melhores condições psicológicas para os trabalhadores. Além disso, medidas como avaliações de risco psicossocial, programas de suporte emocional e a criação de canais seguros para denúncias de assédio são essenciais para transformar as relações de trabalho e reduzir os índices de afastamento por transtornos mentais.
A alta nos afastamentos reforça a necessidade de ampliar o acesso ao atendimento psicológico. Além disso, reduzir estigmas e criar redes de apoio que favoreçam o cuidado integral da saúde mental no país.
-skmqyhxl7gab.png){kind=small}
Revista Malu
