Como Jeniffer Nascimento, é possível desenvolver alergia a frutos do mar que você já comeu?
Atriz compartilhou experiência assustadora após comer lagosta, mesmo sendo familiarizada com o alimento
A atriz Jeniffer Nascimento apareceu irreconhecível em seu perfil no Instagram neste fim de semana para fazer um alerta aos seus mais de 3 milhões de seguidores. Ela teve uma grave reação alérgica após comer lagosta em um restaurante de frutos do mar.
“Sempre comi frutos do mar a vida inteira. Inclusive, na minha gestação comi camarão, comi lagosta. Mas depois que tive a Lara ainda não tinha comido lagosta. Hoje eu fui almoçar em um restaurante que eu peço comida toda semana, mas nunca tinha comido lagosta lá. Em questão de minutos, tive uma crise alérgica muito severa", contou a atriz nos Stories.
Assim que sentiu os sintomas da alergia, Jennifer correu para um hospital em busca de ajuda médica. A rapidez foi essencial na sua recuperação.
“Começou com espirro, de repente comecei a sentir que tinha algo dentro do meu olho. Em questão de minutos, o rosto inteiro ficou inchado, a pele queimando, cheia de bolinhas no rosto (...) Se eu tivesse demorado mais um pouco para tomar remédio, provavelmente teria sido entubada”.
Como isso é possível?
Em entrevista ao Terra Você, o médico Rodrigo Neves, pós graduado em nutrologia e endocrinologia, explica que é possível desenvolver alergias a alimentos e bebidas depois da idade adulta, mesmo após anos de consumo habitual desses itens.
De acordo com o médico, o sistema imunológico é o principal responsável pelo desenvolvimento das alergias alimentares. Em essência, uma alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente uma proteína presente no alimento como uma ameaça, desencadeando uma resposta alérgica.
Diversos fatores podem contribuir para o surgimento de novas alergias na idade adulta, entre eles estão:
Mudanças no sistema imunológico
O sistema imunológico pode mudar ao longo da vida devido a fatores como doenças, infecções e exposição a diferentes ambientes.
Genética
A predisposição genética também pode desempenhar um papel, com algumas pessoas mais propensas a desenvolver alergias do que outras.
Exposição a novos alimentos
A introdução de novos alimentos na dieta que não eram consumidos previamente pode desencadear alergias.
Alterações no microbioma intestinal
Mudanças na flora intestinal podem afetar como o corpo reage a certos alimentos.
Leandro Britto, alergista e professor de medicina da Uniderp, acrescenta que às vezes o contato ao longo da vida com medicamentos favorece a mudança do sistema imunológico, como vacinas e imunossupressores, e também podem causar alergias.
“Tem história de pacientes que fizeram transplante de algum tipo de órgão e depois começam a reagir, condições fisiológicas como gravidez, menopausa, puberdade, também acaba interferindo no sistema de defesa”, explica. Possivelmente a gestação afetou o sistema imunológico da atriz, que esclareceu que não consumia lagosta desde antes de ter sua filha.
Como prevenir?
Embora não haja garantias de prevenção, algumas estratégias podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver alergias alimentares, o médico Rodrigo Neves indica:
- Manter uma dieta variada: Evitar a superexposição a certos alimentos pode ajudar.
- Cuidados com a saúde intestinal: A saúde do intestino pode influenciar o sistema imunológico, por isso manter um equilíbrio saudável da flora intestinal é benéfico.
- Monitoramento médico: Para aqueles com alto risco de alergias, discutir estratégias preventivas com um médico pode ser útil. Exames específicos para alergias podem ser recomendados se houver sintomas ou preocupações significativas.
O que fazer em caso de reações alérgicas?
Ao notar sintomas de uma alergia alimentar, como coceira, dificuldade para respirar, inchaço ou problemas gastrintestinais sérios logo após comer, é crucial tomar algumas medidas imediatas:
Interromper o consumo do alimento suspeito
Evitar a ingestão continuada do alimento até uma avaliação médica.
Buscar atendimento médico urgente
Em casos de reações graves, procurar atendimento de emergência é essencial.
Consulta com alergista
Após o controle inicial, consultar um especialista em alergias para testes diagnósticos e orientação sobre manejo é importante.