Apraxia de fala: entenda condição do filho de Wanessa Camargo
Transtorno neurológico que interfere na reprodução de sons da fala ainda é pouco conhecido no Brasil
Enquanto estava confinada no BBB 24, a cantora Wanessa Camargo abriu o coração e revelou que o seu filho mais novo, João Francisco, de 10 anos, tem Apraxia de Fala na Infância (AFI).
A condição do filho da artista com o empresário Marcus Buaiz é um transtorno neurológico, pouco conhecido até entre a classe médica no Brasil, que acomete a reprodução dos sons da fala e afeta 2 em cada mil crianças no país.
"O meu filho mais novo só falou após os três anos. Ele tem apraxia de fala", disse a cantora, em conversa com os outros brothers na última edição do reality, que acabou no último dia 16 deste mês.
A fonoaudióloga infantil Elisabete Giusti, conselheira técnica da Associação Brasileira de Apraxia da Infância (ABRAPRAXIA), explica que os pais devem ficar atentos no caso de a criança apresentar atraso e/ou dificuldades para desenvolver a fala.
"A apraxia atinge o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários para produzir a fala, pois o cérebro não envia os comandos adequados para os articuladores, dificultando a produção das palavras. É uma alteração funcional e que nem sempre é detectada em exames para o estudo do cérebro, como ressonância e tomografia", explica a especialista.
A Associação Brasileira da Apraxia da Fala na Infância (ABRAPRAXIA) promove ações que possibilitem às crianças com este diagnóstico alcançar seu melhor potencial. A associação conta com mais de 70 mil seguidores no Instagram e já capacitou 23 mil pessoas, entre fonoaudiólogos, pais e familiares, além de oferecer cursos regulares sobre o transtorno.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico deve ser realizado por um fonoaudiólogo que possua experiência em transtornos de fala e de linguagem, incluindo os distúrbios motores de fala. Ele é responsável por avaliar, diagnosticar e determinar o melhor plano de tratamento.
Além disso, de acordo com a profissional, o transtorno pode acontecer em conjunto com outras comorbidades. Por isso é fundamental que as crianças sejam acompanhadas por uma equipe multidisciplinar.