Atividade física ajuda no controle de doenças crônicas; entenda
Rotina de exercícios com acompanhamento médico é fundamental
As doenças crônicas não transmissíveis representam sete das 10 principais causas de mortes no mundo. Doenças como colesterol alto, hipertensão e diabetes correspondem a 73,9% dos óbitos mundiais e a mais de 50% das mortes no Brasil. Eis que surge a atividade física, que ajuda no controle de doenças crônicas.
Exemplo de atividade física nessa luta
O bancário Bernardo Tavares, de 33 anos, incluiu musculação e treino funcional na rotina diária para não ser mais um "número". Bernardo viu que os resultados dos exames saíram alterados durante seu check-up, mesmo com corridas leves. A taxa de triglicerídeos estava em 450 mg/dL quando o comum é inferior de 150 mg/dL.
"Em sete meses praticando atividade física regular, meus exames normalizaram. Além disso, tenho mais ânimo, durmo e acordo melhor. Se não incluísse os exercícios na minha vida, teria que recorrer aos medicamentos de uso contínuo", disse.
Pesquisas e orientações
O estudo da Universidade de Tohoku, do Japão, disse que o índice de mortes por doenças cardíacas e diabetes caiu 40% e o de câncer diminui 28% para quem realiza regularmente atividades de força associadas às aeróbicas. Foram acompanhados voluntários com idades entre 18 e 97 anos durante dois anos para análise. Os resultados indicaram que a morte prematura entre as pessoas que se movimentam variam de 10% a 17% menor se comparado às sedentárias.
Pedro Murara é médico do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, e ressalta que perceber índices como colesterol e glicemia aumentados ou pressão alta funcionam como motivadores para que o paciente procure hábitos saudáveis.
"Muitas vezes, quando a pessoa inicia em algum esporte e já toma medicamentos de uso contínuo, constata que a atividade física e a alimentação saudável ajudam a diminuir o número de comprimidos diários ou até mesmo a fazer com que não precise mais deles", explica. "Mas é fundamental procurar uma atividade física que se adapte à rotina e que traga prazer na execução", complementa.
Murara também reforça que histórico familiar de morte súbita, problemas cardíacos, infarto, cirurgias cardíacas são pré-requisitos importantes para que seja feito um check up antes do início das atividades.
"A idade de corte para esse acompanhamento médico é relativamente baixa. Normalmente, a indicação é para que todos com mais de 30 anos façam acompanhamento tanto para iniciar uma atividade quanto para quem busca aumentar o rendimento. Mas quando tem algum caso de doença na família ou for realizar esporte de alta intensidade para participar de competições, a busca por uma avaliação e acompanhamento médico deve ocorrer independente da idade", orienta.
Corrida, o esporte democrático
A corrida de rua ganha espaço há alguns anos e na pandemia o crescimento do esporte foi ainda maior. O risco da covid-19, com fechamento das academias fez com que a população apostasse em atividades ao ar livre e a corrida foi a "preferida".
Um aplicativo de monitoramento de corrida contava com seis milhões de brasileiros cadastrados em 2019 e em 2020 esse número aumentou, ou seja, ficou para 13 milhões.
Os especialistas partem na "contramão" com os cuidados necessários antes de investir em corridas e caminhadas. Fabiano Kupczik é ortopedista e líder do Grupo de Joelho do Hospital Universitário Cajuru, e transmitiu cuidados para os iniciantes.
"Muitas vezes, o sobrepeso é um dos problemas que fazem com que as pessoas procurem a corrida e isso é muito propício para as lesões. O ideal é procurar um médico antes de iniciar qualquer atividade e fazer de forma gradual em dias alternados para melhorar o condicionamento. A paciência para obtenção dos resultados é outra aliada para evitar problemas no joelho, pé e quadril", encerra.