Aulas de dança podem ajudar a combater Parkinson; entenda
Segundo especialistas, dançar e praticar outras atividades físicas podem trazer melhorias significativas na fala, nos tremores, no equilíbrio e na rigidez muscular de pacientes com a doença
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há, aproximadamente, quatro milhões de pessoas no mundo com Parkinson. Já no Brasil, se estima que 200 mil indivíduos apresentam a doença, que afeta, principalmente, os movimentos e a coordenação. Atualmente, existem diferentes tratamentos que buscam amenizar os sintomas, como medicamentos e cirurgias. Além disso, no âmbito da terapia, um novo método vem ganhando destaque: a dança.
A dança como uma aliada contra o Parkinson
Em 2021, pesquisadores da Universidade de Toronto no Canadá divulgaram um estudo que mostrou como a prática reduziu os impactos do Parkinson. Por três anos, eles analisaram os resultados de 32 participantes, que estavam matriculados na Escola Nacional de Ballet do Canadá. No local, as coreografias envolviam movimentos aeróbicos e anaeróbicos. Desta forma, como resultado, os estudiosos descobriram que a participação semanal em aulas de dança contribuiu para a desaceleração do declínio motor, além de promover melhorias significativas na fala, nos tremores, no equilíbrio e na rigidez dos pacientes.
"A questão de você ter que sincronizar o seu movimento com o ritmo da música tem sido muito positiva, não só sobre as alterações motoras, como para as alterações não motoras da doença. A atividade física é hoje, talvez, a maior recomendação para a saúde geral da população, desde a infância até o envelhecimento. A questão para a doença não é diferente, além do tratamento medicamentoso, que ainda continua sendo a base de tratamento ," explicou a professora Maria Elisa Pimentel Piemonte, ao 'Jornal da USP'.
Humor e exercícios físicos
A especialista ainda apontou que a dança pode auxiliar a saúde mental. "Isso é importante para que as pessoas, então, incorporem a dança na sua rotina diária para ter os benefícios, não só motores da dança, como cognitivos, já que ela demanda uma integração, uma coreografia. Também há um estímulo para a melhora do humor, para a autoestima e à questão social", afirmou.
Além disso, profissionais recomendam atrelar a prática aos exercícios físicos, como caminhada, natação e andar de bicicleta. "É indicado manter uma regularidade de, pelo menos, três vezes na semana, pois a atividade física melhora o sono, a disposição e qualidade de vida dos pacientes", detalhou médico neurologista, Rubens Gisbert Cury, em seu site.