B.O.D.Y.: ‘Todos os dias eu tento me acolher’, revela Tati Machado sobre ter corpo fora dos padrões
A apresentadora conduziu um painel no evento B.O.D.Y. e narrou sua trajetória de aceitação e liberdade sendo uma mulher gorda.
O evento B.O.D.Y. (Body Open Define You) realizou sua terceira edição em São Paulo, no dia 26 de outubro, e reuniu diversas personalidades de destaque para discutir autoaceitação e os desafios da saúde mental.
Entre as convidadas, a apresentadora Tati Machado, de 33 anos, participou do painel ‘Corpos Sem Padrões’ e comentou sobre os desafios em ser uma mulher fora dos padrões dentro e fora da televisão brasileira.
Ao vivo todas as manhãs na TV Globo, Tati se tornou um símbolo de alegria e representatividade para os telespectadores da emissora. Suas aparições sempre animadas e as dancinhas que realiza junto às atrações musicais a levaram a participar e vencer o quadro ‘Dança dos Famosos 2024’, do Domingão com Huck.
No evento, a jornalista revelou que, apesar do sucesso, ainda não se considera uma pessoa totalmente livre.
“Isso não quer dizer que não vale a pena todos os dias a gente tentar avançar nessa direção. E eu entendi isso na prática, eu entendi só esse ano”, contou Tati, se referindo a competição de dança. “Foi uma das experiências mais revolucionárias da minha vida”, completou.
A apresentadora seguiu o painel falando da importância de se acolher e de buscar a sua própria liberdade.
“Todos os dias eu tento me acolher. Seja nas minhas inseguranças, nas minhas dúvidas, no meu ego, nas minhas dificuldades, nas alegrias, nas derrotas, nas vitórias…Eu acho que esse exercício de buscar a sua liberdade é a coisa mais poderosa que uma mulher pode fazer por si própria”, destacou.
Tem dias que olho no espelho e falo: ‘não gosto do que vejo. É realmente todo um trabalho diário para afastar todas essas noias que passam na nossa cabeça.
Tati ainda compartilhou com a plateia que se tornou uma mulher gorda aos 19 anos de idade, quando estava se conhecendo e se adaptando à vida adulta e quando mulheres com sua aparência não eram representadas nas mídias.
“Eu deixei a vaidade de lado, esse gosto de me sentir bonita. Abri mão dessa minha faceta simplesmente pela frustração de entrar nas lojas e não achar meu tamanho, porque além de ser gorda, eu tenho 1,50m. E para piorar, nessa época a gente não se via. Não via uma mulher gorda apresentando programa de televisão, posando maravilhosa de biquini nas redes sociais ou sendo capa de revista”, disse a jornalista.
Tati também discursou sobre a responsabilidade em compartilhar conteúdos “sempre perfeitos” nas redes sociais e destacou a importância de observar que os perfis exibem apenas uma parte das vidas por trás deles.
Idealizado por Ju Ferraz e Carol Veras, o movimento B.O.D.Y. tem como proposta estimular conversas sobre liberdade e o papel das mulheres na sociedade. O encontro aconteceu no PHD Rooftop, localizado no edifício do Instituto Tomie Ohtake, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake.
Com dois palcos dedicados — BODY e Corpo e Alma — o B.O.D.Y. 2024 trouxe discussões sobre temas essenciais, como Corpo Livre, Moda Plural, Beleza Sem Idade, Liberdade Financeira, Menopausa, Influência Digital, Regionalismo e Empreendedorismo.
Uma das novidades desta edição foi a sala de mentorias, que destinou cerca de 30% dos ingressos para instituições sociais convidadas. A iniciativa reforçou o compromisso do B.O.D.Y. com projetos de impacto social, oferecendo suporte para iniciativas que visam promover inclusão e fortalecer causas de relevância em 2024.