Especialistas apontam riscos de harmonização facial na idade de Stênio Garcia
Profissionais destacam que não existe idade limite para fazer harmonização facial, mas para tratamentos com idosos, é necessário se atentar a diversos pontos. Saiba mais.
Stênio Garcia se tornou um dos assuntos mais comentados do dia após se submeter a uma harmonização facial aos 91 anos. O resultado agradou bastante o ator, mas gerou uma série de críticas e debates nas redes sociais. Segundo o programa "Fofocalizando", do SBT, o artista é a pessoa mais velha no Brasil a fazer o procedimento queridinho dos famosos. Mas, afinal, existem riscos de adotar essa prática em uma idade avançada?
Segundo o doutor Pedro Antunes, especialista em harmonização facial, não existem efeitos colaterais por conta da idade, no entanto, existem especificidades para este público. "Pode haver uma maior fragilidade na pele, cicatrização e recuperação mais lenta e risco de interações medicamentosas, além de ter duração ligeiramente menor quando comparado a pacientes mais jovens. Isso ocorre devido às mudanças estruturais, uma vez que a pele já não é capaz de se adaptar 100%", explica o médico.
Pedro ainda destaca que não existe nenhum limite de idade para fazer harmonização facial. "Na verdade, o estado de saúde do indivíduo é o que mais importa. É preciso ter uma abordagem diferente porque as mudanças que ocorrem com a pele ao longo do tempo, afetam nossa estrutura de maneira diferente. Mas, como em todos os casos, é importante que os idosos passem por uma avaliação médica completa e que leve em consideração sua condição, seu histórico e suas necessidades individuais", completa.
PACIENTES IDOSOS DEVEM EVITAR ALGUNS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
De acordo com a biomédica Ana Clara Brathwaite, a pele do idoso é mais desidratada, mais fina, mais sensível e possui células que demoram a se renovar por conta da perda de colágeno. Por essa razão, alguns procedimentos estéticos precisam ser evitados. É recomendado, também, que as agulhas sejam trocadas por cânulas para não haver perfuração de vasos e artérias.
Mas ainda assim, é possível encontrar bons resultados com tratamentos alternativos. Ana apresenta o exemplo de um paciente de 87 anos, que reclamava da queda da pálpebra.
"Como ela é uma paciente com queda de pálpebra, não fazemos a toxina botulínica porque isso poderia relaxar a musculatura e deixar o olho ainda mais fechado. Tratamos o colágeno e flacidez com os bioestimuladores, colocamos os fios de sustentação para melhorar as quedas de face, usamos os esvaziadores enzimáticos de gordura em algumas regiões e, de vez em quando, fazemos o microagulhamento e preenchimentos pontuais em regiões específicas porque o rosto dela já tem volume", explica a biomédica.
Ana Clara aprovou o trabalho feito no rosto de Stenio. "O resultado foi ótimo, considerando a situação da idade e da qualidade da pele dele. O mais importante é que o paciente entenda seus desejos e busque um perfil de profissional que valorize a naturalidade e não tenha como prática o exagero", destacou.