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Grávidas deixam de fazer exercícios e risco de doenças aumenta

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Thaís Sabino

Uma pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo descobriu que 65% das mulheres grávidas não praticam o tempo mínimo de atividades físicas recomendado pela Secretaria e pela Organização Mundial da Saúde: 30 minutos diários contínuos. A diminuição do nível de exercícios aumenta o risco de hipertensão, diabetes e ganho de peso na gravidez.

Ao longo do estudo, 127 mulheres grávidas, com idades entre 16 e 40 anos, utilizaram o "pedômetro" - aparelho que mede o número de passos dados - além de responderem a questionários específicos. No início da gravidez, as mulheres se exercitavam por, pelo menos, 30 minutos de forma contínua. O nível de atividades caiu 34% no segundo trimestre da gravidez. No terceiro, a redução foi de 41%, em relação ao início da gestação.

"Os motivos apresentados pelas mulheres vão desde excesso de peso até a influência de familiares e amigos que as orientam a se preservarem, não fazerem exercícios" afirmou o presidente do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs) - parceiro do estudo -, Timóteo Araújo.

O ginecologista e diretor da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, Luciano Pompei, explica que em casos de risco de aborto o exercício físico não é recomendado, mas se for uma gravidez saudável ele é muito bem vindo. "Exercício não provoca aborto", desmistificou ele as crenças de algumas grávidas. "O ginecologista analisa cada caso individualmente e recomenda as atividades de acordo com o condicionamento físico da grávida", afirmou.

Um ponto importante levantado por Pompei é que a mulher que sempre foi sedentária não pode "querer virar atleta na gravidez". Segundo ele, para quem não está acostumado às atividades físicas, o melhor é começar com caminhadas leves. "Quando a barriga ganha volume, um dos esportes indicados é a hidroginástica, pois alivia o peso, cansa menos e é confortável para gestante", concluiu.

O Terra montou uma lista de atividades que podem ser praticadas pelas mulheres grávidas, algumas com certas restrições. No entanto, é essencial a autorização do médico e acompanhamento profissional. "As atividades podem ser feitas até o penúltimo mês. A partir da dilatação do colo do útero, a recomendação é repousar", disse Pompei.

Atividades para gestantes

Caminhada - De acordo com o ginecologista Luciano Pompei, caminhar é o exercício ideal para mulheres que eram sedentárias antes da gravidez. Andar ajuda a melhorar o sistema cardiovascular da gestante, disse ele.

Natação - Os esportes aquáticos propiciam conforto às grávidas, com mais de seis meses de gestação, por causa da barriga, segundo Pompei. Diante de autorização médica, a mulher pode praticar natação sem qualquer risco para o bebê.

Hidroginástica - A hidroginástica é a atividade preferida das gestantes, de acordo com o ginecologista Pompei. Ele afirma que, por ser dentro da água, elas cansam menos, não há sobrecarga nos pés e melhora as dores na coluna.

Musculação - Se a mulher já frequentava a academia, não precisa parar, mas deve diminuir as cargas dos exercícios para evitar a pressão abdominal. A musculação não provoca o aborto, segundo Pompei. O educador físico Timóteo Araújo acrescentou que o profissional que acompanhar o treino da gestante vai passar exercícios que comprimam a barriga ou forcem a curvatura da coluna da mulher. O ideal é que ela faça em uma intensidade que consiga conversar normalmente durante a prática, sem travar a respiração.

Pilates - De acordo com o presidente do Celafiscs, Timóteo Araújo, o pilates não é melhor nem pior para as gestantes dos que os demais exercícios físicos. O que o difere é o fato de ser individual, pois assim a mulher tem um acompanhamento mais detalhado e exclusivo do profissional.

Correr - A mulher que já corria antes de engravidar pode continuar com os exercícios durante a gestação. Segundo Araújo, a diminuição de intensidade vai ocorrer naturalmente, conforme o crescimento da barriga e aumento do peso da grávida. O educador físico ressaltou a importância do controle da temperatura corporal, a partir do suor - se ele for excessivo significa que a o corpo está demasiado quente e o calor é transmitido ao bebê.

Andar de bicicleta - A atividade não prejudica a gestação, no entanto, a partir de determinado mês, a barriga vai impedir que a mulher pedale com conforto. Outro ponto levantado por Araújo é o risco de queda e acidentes. No entanto, se for uma bicicleta ergométrica não há qualquer risco.

Step - As aulas de step nas academias podem ser frequentadas por grávidas, segundo Araújo, diante de autorização médica. Segundo ele, steps muito altos não são indicados para as gestantes. O exercício não aumenta risco de aborto, mas a execução dos passos pode ficar difícil conforme o passar dos meses.

Jump - As atividades sobre a pequena cama elástica estão liberadas, no entanto, com uma restrição. Em vez dos altos saltos, a recomendação é que as grávidas não tirem o pé da cama. Elas podem fazer os movimentos, mas sem saltar, afirmou Araújo. As camas elásticas com corrimão de apoio são mais indicadas para a prática de jump por grávidas.

Yoga - De acordo com o presidente do Celafiscs, Timóteo Araújo, as atividades de origem oriental têm vantagens para as gestantes. A melhora do controle respiratório e postura estão entre elas, segundo Araújo. As posições da yoga ajudam no estímulo muscular e melhoram as dores na coluna das mulheres grávidas, disse o também educador físico.

Pilates é indicado por ter acompanhamento profissional mais detalhado e exclusivo
Pilates é indicado por ter acompanhamento profissional mais detalhado e exclusivo
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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