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"Hoje em dia tudo tem a ver com bumbum", diz Dr. Rey sobre plásticas

Em entrevista exclusiva, o médico brasileiro com sotaque estrangeiro contou quais são os procedimentos mais pedidos e os desafios da mesa de operação

21 ago 2013 - 13h03
(atualizado às 16h26)
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<p>Dr. Rey já fez mais de 33 mil procedimentos e diz que já poderia ter parado de trabalhar há 10 anos</p>
Dr. Rey já fez mais de 33 mil procedimentos e diz que já poderia ter parado de trabalhar há 10 anos
Foto: Bruno Santos / Terra

Ele já fez mais de 33 mil cirurgias plásticas, foi por três anos o profissional da área mais ocupado do mundo, considera que as próprias mãos valem “5 milhões de dólares” e tem clínicas e programas de TV em vários países. Conhecido pelo sotaque “gringo” ao falar português, pela vaidade e roupas chamativas, mas principalmente por ser o cirurgião plástico das famosas, Roberto Miguel Rey Júnior, ou Dr. Rey, vai abrir uma rede de clínicas de estética no Brasil nos próximos meses.

Em passagem pelo País, o brasileiro deu entrevista exclusiva ao Terra, contou sobre os bumbuns mais pedidos, cirurgias dos pés à cabeça que custam mais de R$ 240 mil (US$ 100 mil) e como reconstruiu um rosto a partir do zero. Também falou que tem um "pacto com deus" e resiste às tentações: "no meu mundo, tem cinco princesas peladas em cada direção, mas não durmo com nenhuma".

Era final de tarde quando o médico desceu à recepção do hotel vestindo blazer preto quadriculado, calças brancas e sapatos sem meias – como ele diz, que está na moda – acompanhado de uma maleta cheia de instrumentos e próteses, além de um estetoscópio pendurado no pescoço.  Com apenas algumas horas dormidas na noite anterior e quatro cirurgias marcadas para o dia seguinte, ele chegou disposto, brincalhão e com os trejeitos costumeiros que apresenta no programa Dr. Hollywood.  

As frases de Rey são entremeadas de piadas, de “bela” e “princesa” – como ele chama as mulheres. Depois de dizer que a cirurgia plástica de bumbum é “a moda hoje em dia”, com mais procura até que o implante nos seios e a lipoaspiração, Rey contou a regra, se não a mais importante, pelo menos uma das, da cirurgia plástica. “Se você vai ao médico e ele tem cara de idiota, cara de nerd, saia correndo, porque ele provavelmente nunca viu uma bela pelada. Você não pode criar a beleza, se nunca viu a beleza”, afirmou, apesar de confessar que “95% dos médicos são nerds”. Confira abaixo a entrevista completa:

<p>O aparelho é usado para a cirurgia plástica nos glúteos</p>
O aparelho é usado para a cirurgia plástica nos glúteos
Foto: Bruno Santos / Terra
Terra: Você é conhecido como o cirurgião plástico das famosas e tem um programa que seleciona mulheres para serem operadas por suas mãos. Quais são os procedimentos mais pedidos nas suas clínicas?

Dr. Rey: Faço muita cirurgia de bumbum, que é a moda hoje em dia. Levantamento e aumento de seio sempre tiveram bastante procura. Faço muita lipo - mas menos do que antes, porque a mulher hoje em dia está perdendo peso -, cirurgia íntima, abdominoplastia, nariz e cirurgias invasivas, em geral.

Terra: Quais as razões para o aumento da procura por cirurgia plástica no bumbum?

Dr. Rey: A sexualidade humana não é estável, a sua bisavó nem usava língua no beijo, rolava na cama 15 minutos e o processo tinha terminado. Hoje em dia, o sexo mudou, o cara nem olha no seu peito mais, hoje em dia tudo tem a ver com bumbum. 

Terra: Como é feita a cirurgia plástica nos glúteos?

Dr. Rey: Usamos esse aparelho aqui para fazer o bumbum. O meu produtor nem me deixa mostrar isso no programa, porque diz que é realidade demais, que a mulher vê isso e sai correndo (risos). Antigamente, colocávamos um pouquinho de gordura embaixo da pele, em seis meses virava óleo e desaparecia. A pessoa pagava R$ 10 mil mais o hospital. Hoje em dia a gente usa células tronco. Eu encho o bumbum, fica bem feio, duas bolotas enormes, coloco óleo estéril nas minhas luvas e começo a fazer massagem naquele bumbum. Com as minhas mãos é que vou moldar uma coisa bela (Dr. Rey simula como faz a massagem com suas mãos). Levo cinco horas, é a cirurgia mais longa que eu faço. Abdominoplastia e nariz levam 1h30 e seios, 23 minutos.

<p>O cirurgião massageia os glúteos para moldá-los</p>
O cirurgião massageia os glúteos para moldá-los
Foto: Bruno Santos / Terra

Terra: Qual o bumbum mais pedido pelas mulheres que te procuram?

Dr. Rey: Elas levam fotos. Nos EUA é geralmente da Jessica Biel, que é gringa mas tem bumbum brasileiro. O bumbum da Jennifer Lopez também tem bastante pedidos.

Terra: Quais são os riscos do procedimento nos glúteos em relação aos da lipoaspiração e da cirurgia nos seios?

Dr. Rey: Toda cirurgia tem 1% de risco de infecção, 1% de sangrar e uma morte a cada 300 mil operados nos EUA. Antigamente, eu odiava fazer lipo, porque é trabalhosa, leva muitas horas e a menina está sempre à beira da morte. Você tira cinco quilos e 10% é puro sangue, são 500 ml. Hoje a gente usa um sistema que acaba contraindo as artérias e a menina sangra quase zero. Na cirurgia dos seios, 10% dos pulmões colapsam, porque está em cima das vértebras e só tem a pleura pulmonar – tão fina que dá para ver a luz passando. O bumbum é uma área complicada por causa dos nervos. Você tem a artéria superior e inferior, se cortar uma das duas, o bumbum da menina vai apodrecer e cair do esqueleto dela. Se cortar o nervo ciático, ela fica paralítica. Não é brincadeira.

Terra: Entre todos os procedimentos que você faz nas clínicas, qual é a cirurgia mais cara?Dr. Rey: Hoje em dia as mulheres procuram o makeover completo, da ponta da cabeça até o dedinho do pé, e pode sair cerca de R$ 240 mil (US$ 100 mil). Para a gente, esse valor por dia é normal.

Terra: Se suas mãos valem “5 milhões de dólares”, qual o preço dos procedimentos cirúrgicos que você faz?

Dr. Rey:

A regra é fácil: do pescoço para baixo cada procedimento custa, em média, de R$ 12 mil a R$ 17 (US$ 5 a 7 mil), do pescoço para cima de R$ 23 mil a R$ 36 mil (US$ 10 a 15 mil). Nos EUA é bem mais barato do que no Brasil, onde ainda tem o gasto com o hospital.  Eu poderia ter parado de trabalhar há 10 anos.

<p>A cirurgia mais desafiadora feita pelo médico foi a reconstrução da face de um homem que atirou com um rifle no próprio rosto</p>
A cirurgia mais desafiadora feita pelo médico foi a reconstrução da face de um homem que atirou com um rifle no próprio rosto
Foto: Bruno Santos / Terra

Terra: Entre os mais de 33 mil procedimentos, qual a cirurgia mais desafiadora que você fez em toda a carreira?

Dr. Rey: A gente entra, então, na parte reconstrutiva, porque a área cosmética é relativamente simples. Eu operei um homem que colocou o rifle na boca, estou falando tentativa em suicídio. O rifle é um pouco mais longo que o braço, para apertar o gatilho, ele colocou a cabeça para trás. Estourou o maxilar, a mandíbula, a língua, o céu da boca, os olhos, eu não conseguia encontrar os pedaços da fossa anterior, era tudo pó. Me chamaram e quando cheguei para ver era um buraco, não era nem um ser humano. Eu conseguia colocar meus dois punhos. Durante anos fiz várias operações, a gente dá risada da mandíbula plástica, mas ela fez um milagre. Usando a fíbula dele, os músculos extras das pernas e das mãos e a pele do bumbum, eu reconstruí uma nova língua, forrei a parte dele dentro e fora do rosto, criei uma nova mandíbula e duas órbitas para olhos postiços, só não pude devolver a visão. Mas até deixei ele bonito.

Terra: Como você lida com pacientes com vaidade excessiva e obcecados pela aparência?

Dr. Rey:

 Pesquisas mostram que 15% das pessoas que procuram uma clínica de cirurgia plástica têm problemas mentais. Felizmente a maioria é de neurose. Mas 3% dos pacientes têm uma depressão severa ou até dismorfia corporal. Cabe ao cirurgião, a gente é treinado para isso, avaliar. Nós conversamos com a pessoa, não porque estamos interessados no time pelo qual ela torce, mas porque estamos analisando. Eu rejeito 90% dos procedimentos.

Terra: Você já passou por alguma cirurgia plástica? Em quais locais?

Dr. Rey:

Sou lutador sério, né? Um chinês me deu um chute na cabeça que abriu um corte de 8 cm e eu mesmo costurei. Estava na academia, ou costurava ou morria. Minhas orelhas estavam como pedras, então, tirei a cartilagem e operei o nariz.

Terra: O que representa a chegada das clínicas de estética no Brasil com o seu nome?

Dr. Rey:

Hoje em dia seguimos a tendência de procedimentos menos invasivos e é por isso que estou abrindo as mil clínicas. Nasci para levar o latino ao primeiro mundo e ajudá-lo a levantar a cabeça. Quero democratizar a beleza e levar os segredos de Hollywood para a brasileira do dia a dia. Não vou colocar meu nome em nada que não for ótimo, as clínicas terão os produtos top do Brasil.

Terra: Qual o segredo para o seu sucesso e conquistas na cirurgia plástica e na TV?

Dr. Rey:

 Um físico que tinha acabado de receber um Nobel respondeu a um repórter sobre o que tinha aprendido em todos os anos na física que ‘a luz que brilhou mais forte, brilhou primeiro em Jerusalém’ e eu digo a mesma coisa. Eu não bebo, não uso drogas e sou honesto a ponto de loucura. No meu mundo, tem cinco princesas peladas em cada direção, mas não durmo com nenhuma, não levo nenhuma pro hotel. Tenho um pacto com deus. Eu sou o impossível, não é possível um filho de faxineira se formar em Harvard e ter o programa número 1 nos EUA, mas eu era burro demais para saber disso.

Terra: Você alcançou fama, notabilidade e enriquecimento financeiro. Qual é o seu sonho hoje?

Dr. Rey:

É levar essa nação ao primeiro mundo. O brasileiro só tem um ‘cancerzinho’ que é a corrupção em Brasília. Como nós elegemos analfabetos? Eleger a mulher fruta não é brincadeira, é afundar o País. Chegou a hora de uma classe profissional na política. Meu mestrado é em governo, estudei com o Obama em Harvard. Meu sonho é ser deputado nos EUA.

Terra: E no Brasil?

Dr. Rey: É bem possível que eu faça campanha aqui no Brasil. A escola de governo americano ensina que você deve sempre escrever sua autobiografia seis meses antes da campanha. Como o Obama fez, ele falou tudo na autobiografia. Estou terminando a minha agora. 

Fonte: Terra
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