Insatisfeita com o corpo? Pode ser síndrome de Quasimodo
Mulheres que não aceitam a própria aparência podem ser vítimas da síndrome de Quasimodo.
Você se lembra da história do corcunda de Notre Dame? Ele não era um tipo exatamente bonito, apesar da simpatia. Pois existem pessoas belas que veem defeitos mínimos e os consideram enormes, como se fossem deformidades. É a chamada síndrome de Quasimodo, em alusão ao personagem.
A seguir, conheça mais sobre esse transtorno e entenda sinais que podem indicar quando a insatisfação com a aparência é patológica.
Conheça a síndrome de Quasimodo
A síndrome de Quasimodo, dismorfofobia ou Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) acontece quando uma pessoa tem uma preocupação acima da média com o próprio corpo. Trata-se de uma insatisfação que a incomoda e a impede de aceitar-se como é.
Apesar de ser difícil de reconhecer num primeiro momento, a incidência do transtorno em consultórios de cirurgia plástica é recorrente. Ela pode chegar a 15% dos pacientes que procuram por uma intervenção. Esse fato faz com que muitos profissionais enfrentem problemas inclusive jurídicos, pois, seja qual for o resultado do procedimento, as taxas de insatisfação são altas.
Infelizmente, não é raro ver nos noticiários histórias de pessoas famosas vítimas de procedimentos cirúrgicos extremos que não deram certo. Em muitos casos, essas intervenções nem sequer eram necessárias.
Um exemplo recente é o da modelo Raquel Santos, de 28 anos, finalista do concurso Musa do Brasil. Ela morreu depois de se submeter a um procedimento estético de no rosto. O marido da vítima declarou que a jovem já havia feito outros tratamentos.
O caso de Andressa Urach, que havia conquistado o segundo lugar no Miss Bumbum, também repercutiu. Ela ficou entre a vida e a morte, em 2014, após ter complicações na aplicação do hidrogel. A própria Andressa declarou posteriormente sentir-se arrependida por ter buscado a beleza a qualquer custo.
Sinais da síndrome de Quasimodo
Pessoas com síndrome de Quasimodo costumam começar a manifestar a doença no período da adolescência, mas ela pode ocorrer em todas as fases da vida. O transtorno incide tanto em homens quanto em mulheres.
De acordo com pesquisas, o nariz e os cabelos estão entre as queixas mais frequentes. Lipoaspirações e aplicações de próteses mamárias são procedimentos recorrentes, então fica difícil distinguir uma queixa natural de uma patológica.
Os relatos clínicos também indicam que as pessoas com síndrome de Quasimodo podem apresentar um quadro depressivo. Esse fato pode contribuir para baixa produtividade no trabalho, resultando em problemas em atividades cotidianas e até mesmo podendo levar ao desemprego.
Pacientes com a doença ainda podem ter outros problemas, como fobia social e transtornos psicóticos. Segundo a literatura médica, os casos mais graves são os relacionados a suicídios, que atingem uma média alta desses indivíduos. As tentativas de tirar a própria vida podem chegar a 28% dos casos, exigindo grande atenção por parte dos médicos.