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Jiu-jitsu e saúde mental: entenda os benefícios da arte marcial

Filósofo faixa-preta da modalidade revela interferência positiva do esporte nas relações sociais

21 mar 2022 - 11h22
(atualizado às 12h25)
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Jiu jitsu e saúde mental
Jiu jitsu e saúde mental
Foto: Shutterstock / Sport Life

O jiu-jitsu é uma das artes marciais mais praticadas no Brasil. Apesar de ter origens asiáticas, a modalidade se tornou muito popular por aqui e, rapidamente, virou uma referência brasileira, com reconhecimento internacional. As técnicas desenvolvidas pelos mestres da família Gracie, aos poucos, ganharam o mundo em torneios específicos e até mesmo em disputas de MMA, como o UFC, por exemplo.

O grande trunfo do jiu-jitsu, talvez, seja o fato de que a técnica da luta é profundamente mais importante do que a força bruta. O que viabiliza, por exemplo, um lutador franzino e menor ganhar uma disputa diante de um oponente mais forte e pesado. "Alguém mais fraco tem capacidade de vencer um mais forte tranquilamente. Tudo por meio da técnica e das alavancas, ao contrário da força. É importante ver o jiu-jitsu como um jogo de xadrez. Você se move de acordo com o movimento realizado pelo adversário", revela Fábio Gurgel, lutador e professor de jiu-jitsu, quatro vezes campeão mundial da modalidade.

Além disso, a prática do jiu-jitsu também desenvolve inúmeras funcionalidades físicas e mentais no organismo. Assim como a maioria dos esportes, a queima de gordura e o fortalecimento do corpo são benefícios, praticamente, automáticos. Mas, as relações sociais e o bem-estar psicológico também podem evoluir significativamente através da modalidade.

"O jiu-jitsu te condiciona o corpo, te ensina defesa pessoal, te relaxa a mente, te dá confiança como pessoa, mas, acima de tudo, te dá amizades verdadeiras. Amizades inusitadas e intensas. A laicidade do jiu-jitsu o torna universal. Uma comunidade mundial, livre de qualquer preconceito, discriminação ou separatismo", conta o professor de filosofia, psicanalista e faixa-preta de jiu-jitsu, Chileno Gómez.

Dessa maneira, o especialista separou quatro características do jiu-jitsu que podem melhorar a saúde mental e as relações sociais de quem o pratica. Confira:

1 - Igualdade. "Você pode ser um megaempresário, milionário e com centenas de funcionários. Se estiver 'rolando' com um desempregado e ele encaixar um estrangulamento, ou você bate ou você apaga. Quando acabar o 'rola' vocês irão se cumprimentar com respeito mútuo. Acabando o treino, todos estarão exaustos e felizes, aproveitando o companheirismo de uma amizade forjada na confiança, no respeito e no treinamento árduo", explica Chileno.

2 - Confiança. "Seu parceiro de treino tem sua vida nas mãos dele, assim como entrega a vida dele na sua mão. Não acredita? O mesmo estrangulamento que te faz bater, pode te matar se continuado. Suas articulações e ossos estão nas mãos de seus parceiros de treino. Essa entrega mútua gera uma relação de confiança e interdependência que transcende qualquer condição social, política, econômica ou religiosa", diz.

3 - Respeito. "Não importa sua posição, quando você começa a treinar, você é um faixa branca. Irá aprender a respeitar os mais graduados, independentemente de qualquer condição que eles tenham. À medida que avança em sua graduação, aprenderá a respeitar os menos graduados e perceberá a grande responsabilidade que terá ao lidar com eles todos os dias", diz o especialista.

4 - União. "À medida que os anos forem passando, essas relações forjarão seu caráter de maneira que seria impossível de outra forma. Em qualquer lugar do mundo que você chegar, se procurar uma academia de jiu-jitsu e se apresentar com respeito, te tratarão como um amigo. É impressionante a capacidade do jiu-jitsu de unir as pessoas", finaliza Chileno.

Sport Life
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