Dior se inspira na tapeçaria em volta do desfile ao vivo
Depois de apresentações virtuais ou sem plateia, a Dior voltou a fazer um desfile presencial no primeiro dia alta-costura, em Paris, que prossegue até o dia 8. Para essa primeira apresentação com convidados, incluindo a primeira fila com famosas, a estilista Maria Grazia Chiuri apostou na pesquisa têxtil, na materialidade do tecido, em bordados e tramas que revelam o delicado trabalho exigido para uma grife se apresentar no restrito grupo pertencente à câmara de "haute couture".
O resultado foi uma verdadeira profusão em xadrez, tweed e texturas em construções arquitetônicas apresentadas em casacos, bermudas, jaquetas curtas e vestidos. Mas o espaço para delicadeza apareceu nos vestidos leves, plissados, com bordados e tramas sutis colocadas nas costas, nos ombros. O final trouxe um vestido de noiva verde com efeito de plumas e folhas em toda a extensão, incluindo o véu.
Na primeira fila, famosas habituées de desfiles anteriores marcaram presença, como Cara Delevigne, Jennifer Lawrence, Jessica Chastain e Monica Bellucci.
Cenário
Como cenário para esse retorno ao presencial, uma tapeçaria gigante enfeitava o espaço por onde as modelos, com maquiagem delicada em que apenas os olhos se destacavam com com traço preto, passavam.
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Trata-se da obra Chambre de Soie (ou "Quarto de Seda"), assinada pela artista francesa Eva Jospin, com bordados em tamanho real nas paredes que lembram a Salle aux Broderies, do Palácio Colonna, de Roma (vídeo acima), com forte inspiração indiana.
O preto, o branco e cinza dos xadrezes e das tramas, que aparecem até em bonés arredondados e estruturados, se mesclam aos azuis-suave, amarelo, verde e ao nude.
Algumas peças estampadas com flores, em fundo escuro, também fizeram parte do desfile repletos de urdiduras e tramas palpáveis e maravilhosamente trabalhadas em pregas, cauda e correntes tecidas à mão.