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Modelos negros protestam por representatividade no Fashion Rio

7 nov 2013 - 01h11
(atualizado às 02h07)
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Cerca de 200 pessoas protestaram nesta quarta-feira  (6), no primeiro dia do Fashion Rio, na entrada do Píer Mauá em defesa de mais modelos negras e negros nos desfiles. A manifestação, que durou cerca de duas horas, foi organizada pelo Educafro, organização que luta pela igualdade racial em todas as esferas da sociedade. Os ativistas não puderam entrar no espaço do evento, mas três deles conseguiram autorização e falaram à Agência Efe.

A Alessa foi a segunda grife a desfilar nesta quarta-feira (06) no Fashion Rio; ao contrário de suas coleções passadas, carregadas de peças coloridas, desta vez a linha veio basicamente branca, preta e cinza
A Alessa foi a segunda grife a desfilar nesta quarta-feira (06) no Fashion Rio; ao contrário de suas coleções passadas, carregadas de peças coloridas, desta vez a linha veio basicamente branca, preta e cinza
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Bianca Lima, de 27 anos, que é modelo, advogada e cantora, acredita que deveria haver, pelo menos, um percentual razoável de modelos negros na semana da moda carioca - o que não aconteceu na São Paulo Fashion Week: "O TAC (Termo de Ajuste de Conduta), que determina 10% de negros desfilando nos grandes eventos de moda, foi descumprido em São Paulo. Vamos agora aguardar como será no Rio", explicou.

A advogada ressaltou que ontem a Defensoria Pública Geral do Estado do Rio de Janeiro conseguiu um acordo com a empresa Luminosidade - responsável pela realização do evento - e que, por recomendação, está pedindo que as grifes insiram modelos negras e negros em seus desfiles.

"Não vemos uma representação negra no mundo fashion. Nós buscamos espaço em todos os lugares e esferas sociais, e esse é um lugar que está faltando. A raça negra é linda e representa muito bem a moda brasileira", concluiu a modelo.

Apesar de não ter participado da manifestação, a professora de Moda Paula Visoná, de 38 anos, argumenta que esse tipo de discriminação no Brasil é um "absurdo". Para Paula, a questão já está ultrapassada, "ainda mais no Rio de Janeiro, onde 60% da população são negros. O povo brasileiro é miscigenado, nós somos miscigenados e temos que nos orgulhar disso", defendeu Paula.

EFE   
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