Espaço Fashion dramatiza em excesso, mas vende
- Ale Ougata
- Direto do Rio de Janeiro
A Espaço Fashion começou às 21h35 na sala 01 do Píer Mauá, nesta sexta-feira (14) com ares de dramatização. Na passarela um "palco" vermelho iluminado por luzes vermelhas servia apenas de passagem ou ponto de encontro entre uma modelo e outra. Ao invés da iluminação frontal que nivela a passarela, a Espaço Fashion optou por quatro spots de luz que se revezavam e acompanhavam cada modelo que desfilava.
Era provável que a direção de cena, digo, de passarela quisesse criar uma sincronia, como no teatro em que se a "barca" deve estar equilibrada e portanto, o lado esquerdo e o direito ou a frente e o fundo devem trabalhar em espelho. Não deu certo, mas foi por pouco, não foi este o motivo que prejudicou a coleção.
A confusão da marca foi o excesso de desconstruções em pontas duplas, golas altas, amarrações. Proporções fora dos padrões que se não funcionam nas modelos, quem dirá nas consumidoras. Porque a Espaço Fashion vende e muito.
A propósito, grande parte de seus convidados é formado por mulheres que fotografam todos os looks que são apresentados e no fim deixam a sala dizendo, "já gostei e vou comprar". Até que faz sentido, já que o tema do outono-inverno 2011 da marca é "Afeto" e os conceitos de memória e registro, aquilo que fixa sabe-se lá como. Pois, a analogia pode ser transferida para o campo dos negócios, "as roupas vendem, sabe-se lá como".
Dez minutos transcorridos da apresentação, os spots de luzes são desligados e a simples iluminação utilizada na maioria dos desfiles ascende. Daí, podemos entender a importância de se pensar no desfilo como um show completo: roupas, trilha e luz.