Galliano contesta demissão da Dior; salário superava 3 milhões de euros
Depois de meses no ostracismo, boatos sobre aparições em lugares públicos e até um possível encontro com Anna Wintour, John Galliano assumiu recentemente um posto de trabalho na equipe de Oscar de La Renta em Nova York. E nesta segunda-feira (04), foi fotografado saindo de um fórum trabahista em Paris.
Usando roupas um pouco mais discretas do que antes, um terno e sobretudo, o estilista, que foi demitido da Christian Dior no começo de 2011, após 15 anos como diretor de criação da grife e também da marca que leva seu nome, sorriu ao deixar o prédio, mas não falou com a imprensa.
Segundo a versão online do WWD, ele passou cerca de três horas em audiência e sua advogada, Chantal Firaud-van Gaver, divulgou que o juiz considerou as queixas do estilista válidas para serem avaliadas. "Estou feliz porque os pedidos da Dior foram rejeitados e nossos argumentos considerados válidos", disse. Quando foi julgado, em junho de 2011, por cometer insultos em público contra um casal de judeus, Galliano disse estar sofrendo de estresse em decorrência do trabalho e vícios.
A Christian Dior tem 15 dias para recorrer da decisão, mas o julgamento pode acontecer dentro de sete meses ou de anos, segundo a advogada de Galliano. A disputa envolveu convencer membros do tribunal do trabalho de que o caso se enquadrava nessa categoria. Advogados da Christian Dior argumentam que Galliano mantinha múltiplos contratos com a empresa e que portanto firmava uma relação de colaborador e não de subordinado.
Segundo dados divulgados, pelo contrato firmado em 2008, Galliano recebia uma salário fixo de 1 milhão de euros anualmente pelo cargo de diretor de criação da Christian Dior, mais 700 mil euros de participação nos lucros. Além disso, seu contrato previa verbas para comprar roupas e ainda cuidar da aparência, o quem somado, perfazia 90 mil euros.
O estilista ainda recebia 2 milhões de euros de salário fixo pelo trabalho em sua marca e 70 mil euros de verba para roupas. Os polpudos rendimentos de Galliano ainda eram engordados por pagamentos pelo trabalho de consultor para os segmentos de alta costura e de perfumaria da Christian Dior. "John Galliano não era um empregado qualquer. De fato, diria que não era empregado coisa nenhuma", rebateu o advogado da Christian Dior, Jean Néret.