Jane Birkin quer tirar nome de bolsa de crocodilo da Hermès
Atriz e cantora inglesa disse ter sido alertada sobre as práticas cruéis de abate dos animais
A notícia do dentista americano que pagou 50 mil euros (cerca de R$ 185 mil) para matar o leão Cecil na reserva de Hwange, no Zimbábue, chocou o mundo. Em direção contrária, a atriz e cantora inglesa pediu expressamente à grife de luxo Hermés para retirar seu nome na famosa Birkin Croco. “Exigi à casa Hermès para rebatizar a ‘Birkin Croco’ até serem implementadas práticas que respeitem as normas internacionais para a fabricação da bolsa. Fui alertada em relação aos procedimentos cruéis reservados aos crocodilos durante seu abate para a produção dos acessórios”.
O modelo Birkin, lançada em 1984, foi desenhado pela própria artista, depois de se encontrar no avião com Jeans-Lous Dumas, presidente da Hermès na época. Ainda hoje uma das mais desejadas – e caras - do mundo, a bolsa tem duas alças e grande capacidade. Ela havia sido mãe há pouco e se queixou sobre dificuldade para encontrar algo prático e bonito. Estava lançada a parceria.
A Birkin está disponível em diversos materiais -- vaca, bezerro, avestruz, crocodilo. Feita à mão por uma única pessoa, demora entre 18 e 25 horas para ficar pronta. A reclamação da atriz é apenas em relação à carteira feita com couro de crocodilo. O modelo croco está disponível na Europa a partir de 33 mil euros (cerca de R$ 121 mil). Mas no site Malleries, o modelo Himalayan Crocododile Birkin Bag, custa nada menos que 109 mil dólares (R$ 364 mil). De acordo com o site português Fama ao Minuto, em junho, uma Birkin de crocodilo com 18 quilates de ouro e diamantes foi vendida por 202 mil euros (R$ 740 mil) num leilão da Christie em Hong Kong.
O canal The Cut, na NYMag, revista pertencente ao New York Times, publicou a resposta da Hermès: “Jane Birkin expressou suas preocupações em relação às práticas de abate de crocodilos. Seus comentários, de forma alguma, vão influenciar a amizade e a confiança que temos compartilhado por muitos anos”.
No comunicado, a grife francesa disse também ter ficado chocada com as imagens compartilhadas recentemente e que uma investigação para verificar o ocorrido, após a divulgação das imagens de uma fazenda do Texas. A empresa afirmou ainda que tal fazenda não pertence à Hermès e que o couro lá obtido não é usado na fabricação dos modelos Birkin.
“Hermès impõe aos seus parceiros os mais altos padrões no tratamento ético dos crocodilos. Há mais de 10 anos, visitamos mensalmente nossos fornecedores. Controlamos suas práticas em conformidade com as normas de abate elaboradas por peritos veterinários do Fish and Wildlife (organização americana federal para a proteção da natureza) e com as regras estabelecidas sob a égide da ONU, pela Convenção de Washington de 1973, que define a proteção de espécies ameaçadas de extinção.”, finalizou o comunicado.
