Moda fóssil: Os tecidos sintéticos são responsáveis pelas mudanças climáticas?
Embora mudanças aconteçam, como a substituição de absorventes pelas calcinhas menstruais, ou até mesmo produtos de beleza com embalagens sustentáveis, o universo da moda se esquece do plástico.
As lantejoulas, as plumas e as solas dos sapatos são, obviamente, feitas de plástico, mas é bem provável que grande parte do guarda-roupa da população seja composto por itens que têm plástico na sua composição. De acordo com a calculadora Fashion Oil da This Is Unfolded, é provável que exista 62% de tecidos sintéticos na produção de blazers, sutiãs, meias e vestidos, que são fabricados a partir de 379 litros de petróleo.
Isso é um problema?
As grandes petrolíferas são vistas como o inimigo público número 1 devido à sua exploração do meio ambiente, e mais de dois terços, mais de 69%, dos tecidos são produzidos com materiais derivados de combustíveis fósseis, como poliéster, poliamida, nylon e acrílico, número que deverá subir para 73% até 2030, segundo dados recentes da Changing Markets.
A moda é a terceira indústria mais poluente do mundo devido aos materiais sintéticos que utiliza. Os sintéticos são fabricados a partir de combustíveis fósseis, como petróleo e gás extraído por fraturamento hidráulico, que emitem gases de efeito estufa e são responsáveis pelas drásticas mudanças climáticas. O Greenpeace afirma que o petróleo usado anualmente na produção de moda fóssil supera todo o consumo da Espanha.
A versatilidade e o baixo custo das fibras sintéticas, principalmente poliéster, que custa metade do preço do algodão por quilograma, permitiram às marcas de moda inundar o mercado com roupas baratas, alimentando o ciclo de consumo e descarte conhecido como fast fashion.