Ex-modelo aponta racismo em semanas de moda e cobra ação de organizadores
A ex-modelo Bethann Hardison enviou quatro cartas na última quinta-feira para os órgãos sociais das semanas de moda de Nova York, Paris, Londres e Milão com acusações de racismo nas passarelas. Segundo ela, a ausência de modelos negros nos desfiles não pode ser vista com naturalidade. As informações são do Huffington Post.
No final da carta, ela citou grifes que seriam racistas, entre os nomes estão Donna Karan, Versace, Céline, Louis Vuitton, Alexander McQueen, Calvin Klein, BCBG, Prada e Chanel. "Assim não há esconderijo", disse Hardison ao jornal. "Se você diz os nomes, ninguém pode dizer: ‘isso não tem nada a ver comigo’”, explicou.
"Eu estou tentando educar as pessoas. Esta é uma responsabilidade de muitos”, afirmou a ex-modelo. Hardison considerou a ação da Vogue uma representação poderosa da beleza negra, porém, dedicar um desfile para todos os modelos negros "é ofensivo", segundo ela, e não resolve o problema do racismo. “Deve haver diversidade, todas as nacionalidades, cores, raças e tons de pele serem representados igualmente”, completou.
Steven Kolb, do conselho da semana de moda de Nova York disse que discutiu a carta com a presidente do grupo, Diane von Furstenberg, e que eles continuam a apoiar a diversidade. O conselho britânico informou que, embora não supervisione o casting de modelos, é comprometido com a luta pela diversidade na London Fashion Week.
Didier Grumbach, presidente da Chambre Syndicale, na França, garantiu que a próxima Paris Fashion Week vai representar uma grande variedade de etnias. Mario Boselli, do órgão responsável pela semana de moda na Itália afirmou que continuará o incentivo, mas não pode impor como deve ser a escolha de modelos. Hardison disse ter respeito pelos designers: “acho que eles são boas pessoas e apenas não entendem quais os reflexos de suas atitudes”.