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Medicina é muito mais próxima da moda do que se pensa, diz criador da Osklen

Em entrevista exclusiva para o Terra, Oskar Metsavaht contou sua trajetória no mundo da moda e mostrou o backstage de seu último desfile

12 set 2013 - 11h11
(atualizado em 10/7/2018 às 18h45)
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Foto: Marina Massote / Especial para Terra

A Osklen foi a única marca brasileira a desfilar dentro do complexo do Lincoln Center na semana de moda de Nova York, na última quarta-feira (11). Seu criador, o ex-médico Oskar Metsavaht, 52 anos, conversou com exclusividade com o Terra e falou sobre como largou tudo para virar designer, o que medicina tem a ver com a moda, e discutiu sobre seu processo criativo.

Metsavaht criou a marca em 1988, dois anos após ter desenhado uma jaqueta especialmente para uma expedição que fez ao pico Aconcágua, nos Andes. A experiência deu tão certo que ele largou a carreira de médico e se lançou no mundo da moda. Hoje, a Osklen conta com 63 lojas no Brasil e 8 lojas no exterior, que se espalham por Milão, Roma, Tóquio, Nova York, Miami e Buenos Aires, além de uma loja de temporada em Punta del Este. 

"Por mais que a minha família tenha sido sempre ligada à arte, eles não receberam muito bem a notícia. Afinal, eu era médico, tinha estudado em Paris. Foi um processo lento, levou um bom tempo até que se acostumassem com a ideia", conta Oskar. 

Segundo o designer, a experiência com a medicina é de grande utilidade no processo criativo que dá origens às suas peças. 

"A primeira coisa que as pessoas podem pensar é que a medicina é muito distante da moda, mas não, ela é muito mais próxima do que se pode imaginar. Ainda mais na minha especialidade, que é a ergonomia - biomecânica e biofísica. A biomecânica estuda o movimento de um corpo; a biofísica, a relação de um corpo com o meio. Então, eu sei o que é necessário para criar uma peça confortável", explica. 

Para Oskar, sua relação com a moda, mais do que um simples interesse por design, tem raízes em sua paixão pela arte, pela criação e pela arquitetura. A mãe, professora de História da Arte, pedia sua ajuda para que fotografasse livros de arte para os slides que seria utilizados em sala de aula. Ele diz, ainda, que não leva jeito para desenho, que, no dia a dia, fica a cargo de sua assistente, Juliana.

"O exercício do meu ateliê é ter coisas construídas, sempre pensando na arquitetura da peça. Gosto de coisas esteticamente ricas, mas sem deixar de lado o conforto e a sensualidade. É tentar trazer o máximo de moda em cima de construção, de cores, de texturas e de sobreposições. Isso, para o verão, é um desafio, ainda mais sem perder a exposição das partes que eu acho sexy em uma mulher, como as costas, a nuca, os braços e as pernas", complementa.

Nessa temporada foram apresentados 36 looks que exploraram camadas e transparências. Além de tons fortes e chamativos para o verão - como vermelho, azul escuro e laranja - Oskar também apresentou composições sóbrias em preto e branco. Como assessórios, viram-se clutches translúcidas e coloridas, além de óculos geométricos. As modelos desfilaram com maquiagem natural, com o destaque para uma sombra colorida, e com os cabelos presos, em um rabo baixo.

Fonte: Especial para Terra
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