Com Louis Vuitton, 2º dia de moda masculina tem xadrez e flores
Xadrez, flores e geometria. O segundo dia de desfiles masculinos em Paris aposta em no homem nada careta, mas com foco na roupa perfeitamente cortada. Mantêm-se nas propostas casacos compridos e jaquetas, calças mais curtas justas ou modelos mais largos, quase como pantalonas. E sobreposições, num verão 2014 pensado para dias de frios, como tem sido esse verão de Paris.
O luxo da Louis Vuitton com tecidos riquíssimos, como sedas pintadas à mão, e a estampa do primeiro logotipo (nas cores da França: vermelho, branco e azul) desenhado pelo fundador da empresa, que era colocado em suas malas pessoais, vinham acompanhadas de muito xadrez. A marca, desenhada por Kim Jones, sob a supervisão de Marc Jacobs, inspirou-se numa viagem pelos Estados Unidos.
As bolsas e malas apresentavam o desenho damier (o tradicional xadrez do tabuleiro, em tons mais claros e recortes). Muito azul e caramelo nas peças. No fim, uma seleção de paletós de smoking, terminando com um modelo com o logotipo atual da marca bordado com brilho. O desfile foi na estufa do Parque André Citroen, toda envidraçada, deixando a luz entrar, o que deu um clima natural à apresentação, que contou com o próprio Marc Jacobs e David Beckham na plateia.
A marca 3.1 Philip Lim também apostou nos xadrezes, em tons de azul e branco, mas trouxe ainda listras e tons quentes, como amarelo e laranja. Dries Van Noten levou o desfile para um grande galpão de Paris, todo vazio, apenas com papel dourado de um dos lados e uma bateria no meio. Cindy Blackman, a ótima baterista de Lenny Kravitz, fez a trilha sonora ao vivo, enquanto os modelos mostravam muitas flores em calças, bermudas, camisas e casacos, em estampas mais escuras ou mais vivas. Sopreposições, descontração, um novo ar para uma nova geração masculina. Mas que fique bem claro, tudo com o corte preciso da alfaiataria.
A modelagem mais larga e estampas que lembram camuflados ou manchas pontuaram as roupas masculinas de Issey Miyake, assim como casacos (sempre eles) e paletós com bermudas. Se alguns apostam em cores, outros preferem tons mais básicos, como preto, azul-marinho, bege e off-white. Yohji Yamamoto trouxe bermudas, blazers e camisas largas e confortáveis, em tons que iam do preto ao quase branco, com pitadas de cinza e amarelo. Alguns traziam aspecto molhado. Na cabeça, um homem com mechas brancas, talvez querendo provar que apesar de fora dos padrões das vestimentas tradicionais, as novas peças são para homens de todas as idades.
O preto foi a principal cor do desfile de Rick Owens, como a maioria dos modelos com cabelos lisos e compridos, quase como os do próprio estilista. Transparência, túnicas, calças mais largas e um quê de corte feminino nas peças surgiram na coleção, cuja apresentação também teve música a vivo, com artistas meio acrobatas, se apresentando de ponta cabeça.