Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Mostra reúne peças únicas e raras de designers renomados em Paris

Les Collections Vintage é um salão de antiguidades que acontece paralelamente à semana de moda na capital francesa

27 set 2013 - 16h22
(atualizado às 16h22)
Compartilhar
Exibir comentários

Enquanto os olhos se voltam às novidades apresentadas nas passarelas de Paris, um evento dedicado ao passado da moda atrai consumidores e profissionais do setor. Les Collections Vintage é um salão de antiguidades que acontece paralelamente à fashion week na capital francesa e onde se pode encontrar peças raras de grandes nomes como Chanel, Yves Saint Laurent, Courrèges, Lanvin ou Hermès.

Com apenas sete expositores, o salão se instala por três dias em uma luxuosa sala do Hôtel du Louvre para receber colecionadores, estilistas em busca de inspiração, funcionários de grandes maisons que vêm comprar peças históricas e consumidores que buscam o sonho de algo único e raro. Personalidades do mundo da moda, como o jornalista Hamish Bowles, da Vogue norte-americana, aparecem a cada edição do evento.

“As peças que mostramos aqui fazem parte do nosso patrimônio histórico e cultural, como um belo quadro ou um livro raro,” explicou Élodie Froc Lusson, idealizadora do evento que já está em sua terceira edição. “Mais do que um salão para vendas, quis criar uma proposta de moda vintage de alta qualidade”, disse Élodie, especialista em moda dos anos 1960 e participante com uma impressionante coleção de peças de Courrèges, um dos inventores da minissaia.

Raridades

O evento também é uma oportunidade de ver (e comprar) peças únicas, como um vestido em lamê dourado criado por Thierry Mugler nos anos 1980. “Este é um protótipo, nunca chegou a ser comercializado”, explica Patricia Attwood, que coleciona alta costura há cerca de 30 anos. O vestido, jamais usado, está à venda por 3 mil euros (cerca de R$ 9 mil). “É o preço de um vestido de prêt-à-porter de uma grande marca, como Dolce & Gabbana, mas é algo único, especial, que ninguém mais terá,” segundo Patricia.

Uma volta pelos stands permite descobrir várias outras raridades, como um casaco criado por Yves Saint Laurent para a maison Dior, no final da década de 1950; um bolero da maison Eisa, criada por Cristóbal Balenciaga no início de sua carreira; ou ainda uma bolsa em veludo Roberta di Camerino, grife italiana queridinha de Grace Kelly. A princesa de Mônaco, aliás, deu nome à famosa bolsa Kelly, da Hermès, que pode ser comprada no evento por 20 mil euros (cerca de 60 mil reais).

<p>Vestido alta costura de Pierre Cardin, do in&iacute;cio dos anos 1970</p>
Vestido alta costura de Pierre Cardin, do início dos anos 1970
Foto: Daniela Fetzner / Especial para Terra

Qualidade que não existe mais

Se a exclusividade é uma das grandes vantages das roupas vintage, a qualidade é outro aspecto que atrai os consumidores. “Os tecidos e acabamentos não são os mesmos, são muito diferentes,” diz Patricia. “Se você pegar uma blusa de seda de Yves Saint Laurent de 30 anos atrás, você terá uma qualidade de tecido que não se encontra em nenhuma blusa de seda de hoje em dia.”

A colecionadora alemã Monika Gottlieb atribui a diferença da qualidade não apenas ao modo de produção das roupas, mas também ao estilo de vida das pessoas. “Hoje a moda é, em geral, mais leve, porque as pessoas viajam mais. Até os anos 1950, tudo era mais trabalhado, feito em materiais mais pesados. A confecção também era diferente, geralmente à mão, mas mesmo o prêt-à-porter tinha uma qualidade muito melhor. Hoje é tudo feito com maior velocidade e sem tanto cuidado.”

Pedaços de história

Além dos argumentos sobre a exclusividade e a qualidade superior das roupas vintage, os expositores do “Les Collections” têm em comum uma enorme paixão pela moda e sua história, em alguns casos desde a infância. Monika, por exemplo, cresceu entre os modelos de Dior e Givenchy que eram vendidos na loja de seus pais em Düsseldorf. “Desde pequena, sempre tive bolsas incríveis, acho que é daí que vem minha paixão por bolsas,” diz.

Já a escocesa Tara Munro conta que sonhava em ser arqueóloga e diz que acabou se tornando, de certa forma, uma “arqueóloga da moda”. “Meu prazer é ter em mãos, mesmo que por pouco tempo, peças especiais que são historicamente importantes de um ponto de vista das mulheres e do que elas vestiram em cada época,” disse. “É emocionante esse contato com a história. Essas peças ajudam a explicar o que somos hoje”, completou.

Em suas buscas por tesouros perdidos, Tara se interessa também pelas histórias de quem vestiu as roupas. Em seu acervo, ela tem peças que pertenceram a princesas, aristocratas e mulheres que viajaram pelo mundo todo. “Se pensarmos que cada peça fez parte de uma vida, tenho pelo menos 800 vidas na minha coleção,” brincou. “Se as roupas pudessem falar, imagine o que não contariam”, disse ela. 

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade