Paris: história revista, tecnologia e robôs marcam desfiles
Com várias brasileiras nas filas A, os desfiles de Paris terminaram nesta terça-feira (7), mostrando algumas das tendência para o outono-inverno 2023-2024. O minimalismo das formas vem acompanhado muita cor preta, estampas de flores, tecnologia, incluindo mudando as cores das roupas de acordo com a luz. Revisitas ao arquivos e história das marcas também se fizeram presentes.
Depois de um período complicado para a Balenciaga, que no fim do ano passado foi acusada de pedofilia por conta de anuncios com crianças e objetos sadomasoquistas, a grife preferiu apostar em formas mais limpas e em tons clássicos, como o preto, além de blazers, uma das peças-chave da próxima estação. Um passeio por várias décadas também foram vistas nas passarelas, como o Dior nos anos 1950; Saint Laurent, anos 1980; Balmain revisitando seus arquivos e Chanel, cujo ponto de partida da coleção foi a icônica camélia branca.
Já a tecnologia fez parte de outras marcas, como a Anrealage, que mistura moda e sci-fi, e a Coperni, que depois de fazer um vestido com jatos de tinta no corpo de Bella Haddid, na coleção passada, agora levou robôs para a passarela.
Veja alguns dos desfiles da semana de moda de Paris
Saint Laurent
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A Yves Saint Laurent, hoje comandada pelo belga Anthony Vaccarello, prestou uma homenagem à feminilidade vinda do guarda-roupa masculino criada pelo seu fundador, com blazers com ombreiras amplas contrapondo com peças mais afuniladas e justas, como saias e blusas, num minimalismo elegante e chique.
Paco Rabanne
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E se vamos falar de épocas, não podia faltar os anos 1960 na homenagem que a Paco Rabanne fez ao seu criador, morto dia 3 de fevereiro deste ano, na França. Até o icônico vestido montado com discos e anéis de metal, criado em 1967, foi levado para a passarela pelo diretor criativo Julien Dossena, que também trabalhou com estampas inspiradas no surrealismo dos quadros de Salvador Dalí, também espanhol como Rabanne. Durante a apresentação, foi executada uma gravação com a voz do estilista, em que dizia: "O papel da roupa é encantar, provocar o amor nos outros, o amor que é a principal mola propulsora de qualquer atividade".
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Balmain
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O estilista Olivier Rousteing fez homenagem a Pierre Balmain, criador da marca, e revistiou arquivos da Maison apostando em pérolas, póas bordados, brilho e silhuetas que voltam à época dos anos 1940, 1950, criando formar arquitetônicas fashion maravilhosas. Tudo com um toque de sofisticação, numa alfaiataria extravangante e de alta-costura. Nas cores, tanto preto e branco, quanto vermelho, verde, rosa.
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Dior
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Os anos 1950 foram o foco do desfile da Dior, concentrando-se em três mulheres daquela época: Catherine Dior, irmã do estilista, que foi membro da resistência durante a guerra; e as cantoras Édith Piaf e Juliette Gréco, para a coleção outono-inverno 2023-2024. Segundo a marca, elas compartilharam um espírito independente que norteou suas escolhas, subvertendo os estereótipos feminos do pós-guerra. A estilista Maria Grazia Chiuri apostou ainda em estampas de flores do arquivo da maison, reinterpretados em texturas e fios diferenciados. Muitos com fundo preto, uma das tendências do momento. Xadrezes também fizeram parte da cartela de estampas.
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Chanel
A Chanel, cuja direção criativa está a cargo de Virginie Viard, também revisitou seus arquivos e partiu da camélia branca para criar sua coleção com looks, como os tradicionais tailleurs ou vestidos e casacos com a flor estampada. A flor foi usada pela primeira vez por Chanel há 100 anos, em 1923
Balenciaga
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Depois do cancelamento mundial por conta das acusações de pedofilia, por conta das propagandas com crianças e elementos sadomaquistas, como uma bolsa de ursinho vestido com tais objetos, a Balenciaga, comandada por Demna Gvasalia, parece querer um recomeço. Por isso, o desfile com looks beirando ao minimalismo. Claro, um minimalismo nos moldes praticados pelo estilista, em que nada é muito rente ao corpo e sobreposições não faltam. Flores sobre fundo preto também marcaram presença."É a coleção perfeita para começar, depois de todo o drama, para sublinhar quais são os meus valores como designer: roupas e confecção; sempre foram", escreveu o diretor criativo em suas redes sociais. Sim, voltar às bases e aos fundamentos da marca. Esperemos.
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Coperni
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A Coperni, que fez o vestido spray em Bella Haddid nos desfile passado, agora se inspirou livremente na fábula "O Lobo e o Cordeiro" de Jean de la Fontaine, e levou os robôs "Spot®" da empresa americana Boston Dynamics, à passarela, interagindo com os modelos. "Ao contrário da fábula original escrita no século XVII, que levanta questões relacionadas com o equilíbrio de poder entre os grupos humanos que compõem a sociedade, Coperni reinterpreta a história e transpõe-a para o ano de 2023 com uma visão positiva do futuro.", escreveu a marca em suas redes sociais.
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Na passarela, um minimalismo moderno, com muitas peças pretas e com alguns recortes.
Anrealage
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O estilista Japonês Kunihiko Morinaga, fundador da Anrealage, tamb[em apostou na tecnologia para mostrar sua coleção outono-inverno 2023-2024. Com tecidos fotossensíveis, looks brancos, por exemplo, ganham cor de acordo com a luz que recebe. Looks brancos imaculados, como um vestido de cetim com uma gola gigante de croché e saia plissada, um macacão de renda, ou um vestido esculpido de peles falsas, bem como casacos de casulo de veludo e vestidos com gola pétalas, mudam para outra gama tonal, graças às cores fotossensíveis que foram concebidas para evoluir através dos dias e estações, coexistindo com a natureza e o meio ambiente", escreveu na legenda da foto. Ou seja, conforme a luz do dia vai mudando, a cor da roupa também vai se modificando ou começa a aparecer estampas. As peças voltam à sua cor natural depois de três minutos sem exposição à luz solar.
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