Recordista do SPFW, top indígena atua em comunidades vulneráveis
A modelo indígena Dandara Queiroz, que foi recordista de desfiles no SPFW em 2022, assume o posto de embaixadora de projeto que busca a conscientização socioeducativa e a transformação através da arte e da cultura. Trata-se do Insitituto Afrikan People, idealizado pelo rapper e ativista Jony duRap, de São Bernardo do Campo.
O Afrikan People beneficia comunidades vulneráveis com oficinas gratuitas que promovem a formação de jovens e adultos em áreas como produção cultural, direitos humanos, educação, saúde e cidadania.
O projeto usa ainda ferramentas como hip hop, beatbox, grafite, fotografia e cinema para inspirar jovens moradores de uma aldeia indígena, uma comunidade quilombola e uma caiçara, todas no litoral de São Paulo. Nas três comunidades atendidas atualmente, somam-se mais de 500 beneficiados por ações em torno do empreendedorismo e formação e em prol de políticas públicas, emprego e renda.
No projeto Afrikan People, Dandara atende as aldeias indígenas de Peruíbe, da comunidade caiçara da Jureia Itatins, além do aquilombamento Amaná Afro Futurismo. De origem tupi-guarani, Dandara Queiroz usa a carreira artística para promover ações voltadas aos povos originários e buscando suporte às comunidades.
Nascida em Araçatuba (SP) e criada em Três Lagoas (MS), a jovem de 24 anos foi destaque em recente produção da Rede Globo, entre as atrizes protagonistas de "Falas da Terra - Histórias Impossíveis'", além de atuar como modelo prestigiada, com passagens internacionais, editoriais para Vogue, Elle e L'Officiel. Representada pela WAY Model, Dandara dedica-se também à realização de pinturas indígenas, poemas e composições que enalteçam as raízes e a cultura dos povos originários.
Foi ela que protagonizou uma das cenas mais icônicas da edição em que foi recordista no SPFW, em novembro de 2022. Ao desfilar para a grife Santa Resistência, com um look verde e cocar feito artesanalmente, deu um grito ancestral na passarela, paralisando todos na sala.
E sobre essa performance, a jovem revelou, em entrevista exclusiva ao "Elas no Tapete Vermelho": "Me inspirei em várias guerreiras filhas de tupã: Yara, Jurema, também Ita Mirī que é a cacique da tribo que me acolheu. Somos todas filhas dele. O meu grito foi um grito de guerra tupi-guarani. Foi pra mostrar a força do meu povo, a força feminina. Não é à toa que me chamo Dandara: princesa guerreira mulher de Zumbi dos Palmares, outra mulher que foi referência de força."
Em paralelo à carreira artística, Dandara formou-se em Arquitetura e Urbanismo, é praticante de Muay Thai e realiza também ações em prol de animais e da preservação do meio-ambiente.