Saint-Laurent mostra seu caubói urbano e rebelde para 2015
Inspirado no western, com ponchos e chapéus no estilo do herói Zorro, o estilista Hedi Slimane mostrou seu poder neste domingo com uma coleção masculina primavera-verão 2015 para Saint-Laurent em uma atmosfera rock, hippie e rebelde.
O preto dominou mais uma vez a coleção de Slimane, com modelos de cabelos muito longos que pareciam personagens saídos de um filme Spaghetti western ou um "noir comic" do oeste.
Silhuetas longilíneas, muitas vezes até curvadas, com roupas muito justas no corpo, estes vaqueiros urbanos avançam com passos rápidos e semblante sério na passarela. Neste meio tempo aparecem calças jeans pretas (onipresentes), retas ou skinnys, vários ponchos, jaquetas de camurça com franjas e uma capa de couro de cavalo.
Para quem guardou as mantas com quadrados coloridos de tricô feitas pela avó, corra para buscá-las no porão: usadas nos ombros, elas são tendências, segundo a marca Saint-Laurent.
No desfile apareceu toda uma variedade de inspiração western do movimento hippie dos 60 e 70, com ares da Califórnia, Novo México e Texas, incluindo, claro, as botas. Para a noite a pedida são as jaquetas de veludo com muitos bordados.
No desfile, que encerrou a semana de moda masculina, estavam na primeira fila a famosa trupe de Yves Saint-Laurent, fundador de lendária maison que morreu em 2008, incluindo seu companheiro e empresário Pierre Bergé.
"Formidável, como tudo o que faz Hedi", disse Bergé à AFP. "É alguém que aborda a moda com um olhar moderno e novo". Segundo Bergé, a dúvida se Slimane responde aos códigos da maison já foi superada. Yves Saint-Laurent está morto, e ele faz o que quer e como quer", disse.
Betty Catroux, ex-modelo e musa do genial estilista francês, também assistiu ao desfile muito entusiasmada. Para ela, Slimane "é sem dúvida o Saint-Laurent de hoje. Sente seu tempo".
Por que escreveu 'Yeah' em uma camisa?", pergunta um jornalista. "Porque não?" contesta Paul Smith. O estilista injeta uma boa dose de otimismo em sua nova coleção, cheias de listras das cores do arco-íris. "Por favor, relaxe" insiste Paul Smith, resumindo o espírito de sua coleção.
Sob a cúpula da Bolsa de Comércio de Paris foram instalados vasos de plantas para o desfile. Encontramos elas também, coloridas e estampadas, em várias peças de roupas.
A ideia de Smith fez efeito e os modelos não pareciam estressados. Suas calças e bermudas são amplas e confortáveis. A camisa é usada sobre uma t-shirt colorida, a bolsa combina com uma calça esportiva de mergulhador. Até os ternos têm um aspecto cool.
A coleção Lanvin tem pouco de verão, com tons sombrios como bordô e preto e modelo muito cobertos, como se sentissem frio.
O diretor artístico da linha masculina da maison Lanvin, Lucas Ossendrijver, criou uma coleção urbana e roqueira.
Os primeiros looks do desfile têm certa amplitude, com ombros soltos. A roupa vai ficando cada vez mais justa no corpo até se tornar estreita, fazendo eco às criações de Slimane para Saint Laurent. As calças do final do desfile voltam a ser amplas e fluidas, muito esportivas.
Lucas Ossendrijver atualizou sua coleção às necessidades do homem urbano atual. "Quando você anda de bicicleta, tem que usar uma jaqueta, uma calça justa no corpo apropriada" e "Ainda que tenha influências do sportwear, continua sendo elegante. Isso é o que esperam de nós, é para isso que somos pagos", diz o estilista da marca de luxo.