Fora da passarela: top conta que lava roupa e faz comida
A veterana Angélica Erthal fez 18 desfiles nessa temporada; longe dos holofotes, gosta de cozinhar e cuida das próprias roupas
Quem vê as modelos do SPFW em ação, em meio a tantas trocas de roupas, maquiagem e cabelo, dificilmente imagina que, fora dali, elas são pessoas "normais". Muito menos que têm tempo para os afazeres domésticos.
Em um destes "respiros", durante uma sessão de maquiagem, Angélica Erthal falou com o Terra e disse que no meio da semana de moda fica mesmo difícil manter a rotina, mas que nos dias normais ela sempre dá um jeitinho.
A veterana conta que mora em um apartamento pequeno com o marido - o fotógrafo Brian Haider - e o cachorro, "nosso filho", um spitz alemão.
Ela tem a ajuda de uma diarista três vezes por semana, mas as roupas ficam por conta dela mesma. "Minha mãe é do interior do Paraná, então ela é toda sistemática. Ela fala: 'minha filha, quem tem que lavar as suas roupas íntimas - ou seja, minhas calcinhas -, é você'", conta, rindo. E, levando os ensinamentos da matriarca à risca, ela lava, passa e guarda as próprias peças.
Até porque se considera metódica com a disposição dos itens no guarda-roupa. "Meu closet é organizado por cores", orgulha-se, para logo em seguida afirmar, dando risada, que o jeito organizado só se aplica às roupas mesmo.
Recentemente, Angélica também descobriu que leva jeito para a cozinha, e aprendeu a pilotar o fogão vendo vídeos na internet.
Ela segue a linha "natureba" nas preparações que faz em casa. "Eu cozinhando, a comida fica muito mais leve e mais prazerosa", diz, acrescentando que gosta de pratos com legumes e peixes. "Adoro frango, mas estou tentando evitar porque tem muito hormônio." Diabética, a top se obriga a comer sempre de três em três horas e a manter uma alimentação equilibrada.
Durante o SPFW, não teve tempo para cozinhar. Afinal, ela participou de 18 desfiles, conseguindo dormir uma média de quatro horas por noite. Mas com um sorriso no rosto elogia o catering do backstage e diz que está "viciada" em um risoto de tomate seco servido nessa temporada. "O único problema é que o pote era muito pequeno", brinca.
Vizinha do personal trainer
Para manter a boa forma, Angélica tem em seu favor a genética e um personal trainer que mora no próprio prédio. A top malha três vezes por semana, com mais foco na parte muscular do que aeróbica, porque tem facilidade para emagrecer.
O corpo ideal, para ela, é magro e definido. "Não gosto da mulher muito grande. Mas acho que se a pessoa gosta de ser malhada, ter um coxão, arrase na perna dura!", afirma, bem humorada.
Transparência: só na passarela
Angélica está encantada com as peças que desfilou. "Amei o desfile da Helô Rocha, o da Gloria, amei o meu look do Reinaldo, fiquei apaixonada pelo da Ellus...ferrou! Não tenho como falar de um look que eu não gostei, gostei de todos. Impressionante como estão bonitas as coleções de todo mundo", observa.
Sobre as transparências - que deram o que falar nesta temporada - ela diz que acha "muito sexy", mas não sairia na rua com uma blusa transparente sem sutiã, como vestiu na passarela. "A gente já é magra, alta, diferente. Já chama muita atenção e ainda vai sair com o peito de fora?", diz.
O marido, por sua vez, a apoia em tudo e não sente ciúmes. "Imagina, ele me ama bem sexy", derrete-se.
Apesar da desinibição para exibir os seios nos desfiles, Angélica afirma que não faria fotos nua. "Não me deixa à vontade, então eu não faço. Tenho vergonha mesmo. Só fiquei nua pro meu boy!", brinca. "Agora o peito eu já desapeguei faz tempo", diz, rindo.
Cansada e feliz
Angélica conta que estava afastada a duas temporadas, antes de voltar com tudo. "Não me lembrava o quanto é difícil", diz, explicando a rotina que geralmente costuma levar durante o SPFW: está de pé às 5h, para chegar às 6h no backstage do desfile das 10h; sai da Bienal por volta das 22h; segue para a prova de roupa que chega a ir até as 3h.... para no outro dia acordar às 5h de novo. "A gente acorda num dia e vai dormir só no outro."
No entanto, o fôlego já vem de longa data, e a veterana já teve semanas de moda ainda mais intensas. "Teve uma temporada que fiz 36 [desfiles] entre Fashion Business e Fashion Rio, cheguei aqui [em São Paulo] e fiz mais 28. Deu quase 60 desfiles em uma temporada!", lembra.
Apesar da loucura, Angélica enche a boca para dizer que, na sua profissão, não acha nada difícil. "Lógico que tudo começa a doer, o pé dói, a cara dói, mas a gente faz o que gosta, então isso não é ruim, isso é bom", pontua, acrescentando que ama o que faz.