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Trabalho escravo no mundo da moda divide opiniões no SPFW

23 mar 2013 - 14h55
(atualizado às 14h58)
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Problema recorrente no Brasil e no mundo, o uso de mão de obra escrava em oficinas de costura que atendem grandes marcas divide opiniões entre profissionais da moda e fashionistas no SPFW. Enquanto uma parte dos entrevistados condenou a exploração, outra confessou que a situação não seria ponto decisivo na escolha de uma marca.

<p>Desfile da Acquastudio no SPFW</p>
Desfile da Acquastudio no SPFW
Foto: Bruno Santos / Terra

O tema veio à tona nesta sexta-feira (22), após fiscais do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal encontrarem 29 bolivianos que trabalhavam em regime de escravidão em uma oficina clandestina na zona leste de São Paulo. Eles trabalhavam mais de 12 horas por dia, de segunda-feira a sábado, e recebiam R$ 4 por peça de roupa, que era levada para marcas conhecidas, como Cori, Emme e Luigi Bertolli, que pertencem à empresa GEP, segundo informações do SPTV, da Globo. O grupo disse que desconhecia as condições de trabalho dos bolivianos.

O designer e diretor de TV Orlando Medaglia comparou o caso ao tráfico de mulheres tratado na novela Salve Jorge. "As empresas trazem eles para cá, eles já chegam devendo e se sujeitam a este trabalho", disse. Segundo ele, isso é só a pontinha do iceberg. "É uma vergonha, pois as roupas chegam super caras às lojas e as pessoas estão trabalhando nestas condições", criticou.

Para Medaglia, explorar trabalhadores faz toda diferença na escolha de uma marca. A estilista e professora do curso de Moda no SENAC, Yara Buonamici, se colocou totalmente contra o caso. "A moda deveria usar bandeira contra esse tipo de coisa", disse ela.

O cabeleireiro Adilson Delawega disse que pararia de comprar roupas de uma marca, caso soubesse de trabalho escravo. "Uma roupa não define quem você é. Se soubesse que as marcas que eu uso utilizam trabalho escravo, eu mesmo faria as minhas roupas", disse."Eu deixaria de comprar com certeza. Sou bem correta nesse sentido, só uso couro ecológico, pele ecológica, tudo fake. Isso mudaria completamente a minha opinião sobre a marca", afirmou a estudante de moda Amanda Tcherniakovsky.

No entanto, fashionistas, apesar de serem contra, não ignorariam as coleções das grifes. "Acho que seria hipócrita se dissesse que iria deixar de comprar na marca. A maioria das grandes marcas tem irregularidades, e isso no mundo todo. Uma atitude minha não mudaria nada", disse Gabriela Campos de Paula, estudante de moda.

Apaixonado por moda, Daniel Lira também não deixaria de consumir produtos feitos com trabalho escravo. "Quando soube da Zara, fiquei impressionado, mas não tinha outra opção para comprar, se tivesse eu mudaria", contou.

SPFW Verão 2014

O Terra, a maior empresa latino-americana de mídia digital, transmitiu ao vivo os desfiles de verão 2014 do São Paulo Fashion Week, com exclusividade para web, inclusive para tablets, smartphones e TVs conectadas. Entre os dias 18 e 22 de março, os desfiles foram transmitidos direto da Bienal, no Parque Ibirapuera, na capital paulista, pela parceria entre o Terra e FFW.

Além das transmissões ao vivo, o Terra teve os blogs da apresentadora de TV Isabella Fiorentino e da jornalista de moda Rosângela Espinossi, além de análises e galeria de fotos de todos os desfiles e tudo sobre backstages, bastidores e celebridades. O maior e mais importante evento de moda da América Latina reúne 25 desfiles, que marcam de forma definitiva a mudança no calendário da moda brasileira. A partir deste ano, os desfiles da coleção verão acontecerão em março de cada ano e os de inverno, em outubro.

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Fonte: Terra
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