Camila Queiroz vira Barbie ET em desfile fetichista e colorido
O primeiro dia da 54ª edição do SPFW mostrou o poder do fetichismo e da pele à mostra na moda. Walério Araújo misturou o sagrado e o profano em sua coleção, com direito a Gianne Albertoni quase nua. E Bold Strap fez jus à sua fama de grife queer fetichista com Camila Queiroz encarnando uma das protagonistas da coleção Bold Invasion, com cabelos ondulados por bobes, camisola, cinta-liga e sapatos rosa, para abrir o desfile.
Camila também finalizou a apresentação de rosa, dessa vez com calça comprida de cintura baixa, luvas e top, tudo numa vibe anos 1970 e 1980, flertando com as trends quentes dos anos 2000 e a barbiecore.
Mas a temática da coleção vai além e mistura humanos com alienígenas, fazendo Camila se transformar numa espécie de Barbie ET, com direito a orelhas pontiagudas e unhas enormes, com as quais brincou com Klebber Toledo quando terminou a apresentação.
Bianca Andrade, a influenciadora Boca Rosa, fez sua estreia na passarela, também entrando no universo rosa proposto pela grife de Peu Andrade, que tem como estilista João Ribeiro França. Luvas, corset estruturado rosa, cinta-liga e vários cintos no lugar da saia compuseram o look da influenciadora.
Mas além do rosa, os aliens também usaram neon meio candy, como o verde, azul e amarelo, ora misturados ora monocromáticos, com transparência e brilho.
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O desfile levou à passarela uma maquiagem colorida nos olhos e próteses que distorcem as feições humanas, transportando para o tal multiverso. Com transparência, brilho e altas doses de fetichismo, as peças recheadas de recortes e transparências são oferecidas para todos os corpos e gêneros, não importando a opção sexual. O que importa é deixar o corpo à mostra a seu prazer. E se for colorido e alegre, melhor ainda.
Walério Araújo
E corpo à mostra também não faltou no desfile de Walério Araújo, que tempera o sagrado representado principalmente por cruzes e véus, com o profano de transparências quase totais ou em pontos estratégicos. Surpreendente a entrada de Gianne Albertoni, com vabelos pretos, body transparente e uma cruz preta na frente tampando os seios e a região dos orgãos genitais. Véu, casquete e botas pretas completaram o look.
A mistura do religioso e do carnal aparece principalmente em looks pretos e roxos ou rosa-escuro, mas com muito brilho, como os desfilados por Schynaider Moura.
Na passarela, outros nomes, como Xamã, Halessia e Johnny Luxo e mais uma penca de modelos e amigos da noite do estilista, que respira os ares do Centro de São Paulo, transferindo esse universo para suas criações.
A drag Halessia usou uma produção poderosa, com macacão roxo enfeitado com cruzes, e um salto com plataforma tão alta que beira o perigo. Mas quem se monta sabe se segurar no saltão, não é?
Outros desfiles
Patricia Viera
O SPFW abriu a edição 54 com desfile de Patricia Viera, no Shopping Iguatemi. Especializada em couro couture, a carioca adicionou cores, brilho e muita energia à coleção, com saias e vestidos mídi, tops terninhos e conjuntos feitos num impressionante trabalho à mão com couro certificado. Na passarela, nomes como Marcelle Bittar e Carol Francischini, desfilaram ao som de Abba, Diana Ross e Jackson Five. Uma coleção leve e solta.
Greg Joey
Marcelle Bittar abriu o desfile da estreante Greg Joey, que levou para o SPFW a coleção Slasher Tour, inspirada em filmes de terror dos anos 1980 e 1990. O look verde sóbrio acompanhou a pegada da inspiração, com peças fechadas, sem marcar formas e com direito a ombreiras enormes, como no casaco jeans desfilado pela também veterana Michelli Provensi, silhueta que lembra algumas já vistas em desfiles internacionais. Maquiagem com brilho preto nas pálpebras inferiores e sapatos de plásticos transparentes e em cores eram usados com meias.
Renata Buzzo
A estilista Renata Buzzo mais uma vez levou seu olhar para dentro de sua cabeça, após descobrir que tem um problema chamado Cavum do Septum Pellucidum, com o qual falta um pouco de massa cerebral e pode levar a problemas como bipolaridade, psicopatia e asperger. Com isso, criou roupas imspiradas em camisas de força e optou por cores de manicômios, como off-white, amarelinho, rosinha e azulzinho. Nos pés, chinelinhos de pelinhos, trend que promete pegar.
Meninos Rei
Com Jojo Todynho e Deborah Secco na passarela, a grife baiana de Júnior e Ceu Rocha, apostou na periferia de Salvador, com direito a manicure na passarela e dança ao som de pagode e arrocha, com entradas de batidões, para mostrar uma coleção ampla, para todas as silhuetas, com conforto, num streetwear confortável e colorido, com estampas que remetem à africanidade, além do psicodelismos e às favelas.
Soul Básico
A alma básica (como diz o nome) e confortável da Soul Básico levou aos SPFW um Klebber Toledo com camisa assimétrica, recortada de um dos lados, e, em outor look, apenas calça costurada com sobreposições cós. Entre a primeira entrada e a última, uma leva de modelos defilaram peças em preto, branco e bege, de algodão e neoperene estruturados, com direito a peças croppeds e largas. Acessorios com pingentes de madeira e cristal enfeitavam os looks, como na foto abaixo.