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No SPFW, Arlindo Grund dá dicas de como se vestir bem com pouco dinheiro

Apresentador do 'Esquadrão da Moda' diz que é melhor economizar e investir em peças boas

21 mar 2013 - 11h00
(atualizado às 11h00)
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Não é todo mundo que tem grana para comprar todos lançamentos que desfilam pelas edições do São Paulo Fashion Week  - aliás, no Brasil, uma minoria consegue ficar em dia com as tendências das semanas de moda. Mas falta de dinheiro não é desculpa para não se vestir bem, garante o consultor de moda e stylist Arlindo Grund. Segundo o apresentador do programa Esquadrão da Moda (SBT), o segredo é planejar a compra com antecedência e seguir algumas dicas para que a peça adquirida dure várias estações e se torne um "investimento" no visual.

"Se você quer comprar a roupa da moda, vai no centro (de São Paulo, em referência às lojas da região do Brás), vai nos magazines (grandes redes multimarcas), porque eles têm muitas coisas para oferecer. Agora, se você quer comprar uma peça clássica, que vá durar muito tempo - como uma boa calça ou uma boa jaqueta -, guarda dinheiro, economiza um tempo e investe em uma peça boa", aconselha o consultor, adepto do estilo "high low", ou seja, quando se misturam roupas de grifes famosas com peças baratas. "Esse high low é bacana e mostra que você tem criatividade", ensina.

Além das peças "obrigatórias" para compor um guarda-roupa duradouro, como a calça preta de alfaiataria e o escarpin, algumas tendências apresentadas na edição de verão 2013/2014 do SPFW podem ser adotados sem medo. De acordo com Grund, a dupla preto e branco - seja na versão "solo" ou em peças com a combinação nas cores -, a calça cropped (mais curta), as calças estampadas e o estilo inspirado nos esportes devem durar bastante tempo: ele estima que até pelos próximos quatro anos! Ou seja, são investimentos de longo prazo.

Mas antes de ir finalizar a compra, lembre-se de um conselho bem básico, mas essencial: olhe-se bem no espelho. Não é porque a peça está nas passarelas e nas revistas que ela combina com você.

"O melhor juiz é o espelho. Ou senão, faz uma foto na frente do espelho e analisa. Faz a pose de blogueira, cruza a perninha, joga a cabeça de lado e tira a foto. Na dúvida, melhor não usar", aconselha.  

Leia a entrevista completa com Arlindo Grund.

Terra - É possível acompanhar e consumir todas as tendências de moda?

Arlindo Grund - Não dá. Por isso que os estilistas estão preocupados em uma produção que dure mais tempo, em fazer com que as coleções tenham uma vida útil muito maior. E hoje as roupas não ficam mais restritas a apenas uma temporada, elas podem seguir de uma temporada para a outra, permitindo que você misture peças de coleções passadas sem medo nenhum.

T - O que fazer antes de programar uma grande "transformação" no armário?

AG - Comece tirando do armário as peças que você não usa há mais de 6 meses. Se você guarda há seis meses, é porque você não vai usar mais. Pega aquela peça e doa (a exceção são os agasalhos de inverno e peças bem cuidadas que podem 'voltar'). Outra coisa: doe também a peça que te vestia quando você estava mais magra, mas que agora não entra mais. Ou entra ou desapega, porque quando você emagrecer de novo vão existir outros modelos. E cuidado com liquidação, porque quem acha que precisa comprar tudo porque está barato pode errar. É bom evitar comprar roupas estampadas na liquidação, por exemplo, porque senão você parece que faz parte de um bloco de rua, todo mundo igual. E mais importante: se olhar no espelho bem. Identificar o que você quer valorizar e, principalmente, o que você quer disfarçar. A partir dessas dias respostas você está pronto para comprar sem erro.

T - Mas como saber se a roupa ficou bem mesmo?

AG - O melhor juiz é o espelho. Não é porque saiu no desfile, não é porque saiu na revista, que todo mundo tem que usar. Tem que ver se aquele tecido cai bem em você, se a cor realça seus pontos fortes. O espelho de muita gente fala, mas a gente não está acostumado a ouvir.

T - Quais peças você vê nas passarelas que vão durar do verão ao inverno?

AG - Uma bela calça, uma bela jaqueta, um belo colete, que a gente está vendo muito. E macacão: é incrível para as mulheres, tem para vários biotipos da mulher brasileira, fica bem em magras e gordinhas, só precisa saber usar. Para quem é mais cheinha, a dica é usar as versões acinturadas, mas sem cintos de cores contrastantes, pra não marcar a região da cintura.

T - O que você viu nas passarelas que vale o investimento por anos?

AG - O preto e branco, juntos ou separados, podem ser usados bastante. O preto vale para o inverno e para o verão, o branco vale para o inverno e para o verão. E vamos ver muito vermelho, em todos os tons, e muito azul, também em todas as variações.

T - A tendência esportiva veio para ficar?

AG - Sim e vai durar muitos anos, acho que até depois das Olimpíadas de 2016. Ela chegou no verão passado, sobreviveu ao inverno e agora ganhou força, demonstrando que o brasileiro aceitou essa tendência. São as bermudas com formato de ciclista, as calças mais curtas, as jaquetas mais curtas. Então acho que essa é uma tendência que vale a pena investir. Mas é importante notar que não é a roupa de academia. Não é a roupa de malhar. É uma roupa com shape de esporte, mas com tecido mais nobre e acabamento diferenciado.

T - Quais apostas não tão novas vão continuar com força?

AG - A calça cropped, que é aquela calça mais curta. Veste muito bem, só as baixinhas têm que tomar cuidado para o visual não ficar achatado. E as calças estampadas: com o fundo escuro é melhor, porque dá uma disfarçada no quadril da brasileira, pode ser preto, azul escuro, marrom ou vinho. E com estampas médias: nada de flor pequena, senão vai parecer muita flor, e nada de flor grande, senão vai parecer que o seu quadril é grande. A estampa mediana equilibra o visual. As estampas geométricas e vintages vão durar muito tempo.

T - E para os pés?

AG - Um belo escarpin. Hoje em dia tem escarpins de vários tipos, com bico mais arredondado, com mix de texturas, biqueira diferente, com salto mais grosso, meia pata, enfim, não tem como escapar. As sapatilhas e o oxford continuam em alta também.

T - E os maxiacessórios continuam?

AG - Sim, porque a brasileira adorou essa moda. Mas antes nós víamos mais o maxicolar estilo "gola", e agora vemos mais longos, com tecidos e correntes, que alongam a silhueta. Mas surgiram também as maxipulseiras, os maxibrincos, os maxianéis. Mas tem que lembrar: na hora do maxi, tem que escolher um: ou brinco, ou colar, ou a pulseira, ou o anel, senão você vai parecer uma banquinha. Não é essa a ideia.

T - Qual avaliação você faz dos looks dos corredores do SPFW e dos desfiles?

AG - O desfile é o conceito. Não vai assim pra loja. Vai pra loja o tecido, vai pra loja a modelagem. Vai pra loja o acabamento. A coleção comercial tira essa cara de show, de passarela, e vai para as ruas como ela deve ser. E nos corredores do SPFW, parece que as pessoas acham que é o momento de extravasar, aí querem chamar a atenção de qualquer jeito, mas acaba ficando caricato. Tem muita gente que parece que veio fantasiada. Na moda tudo é permitido, mas com bom senso.

SPFW Verão 2014

O Terra, a maior empresa latino-americana de mídia digital, transmite ao vivo os desfiles de verão 2014 do São Paulo Fashion Week, com exclusividade para web, inclusive para tablets, smartphones e TVs conectadas. Entre os dias 18 e 22 de março, os desfiles serão transmitidos direto da Bienal, no Parque Ibirapuera, na capital paulista, pela parceria entre o Terra e FFW.

Além das transmissões ao vivo, o Terra terá os blogs da apresentadora de TV Isabella Fiorentino e da jornalista de moda Rosângela Espinossi, além de análises e galeria de fotos de todos os desfiles e tudo sobre backstages, bastidores e celebridades. O maior e mais importante evento de moda da América Latina reúne 25 desfiles, que marcam de forma definitiva a mudança no calendário da moda brasileira. A partir deste ano, os desfiles da coleção verão acontecerão em março de cada ano e os de inverno, em outubro.

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Fonte: Terra
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