Trans, detentos e refugiados desfilam crochê no entardecer de SP
O Projeto Ponto Firme, capitaneado por Gustavo Silvestre, levou seus crochês enfeitados com peças metálicas e plásticas cortadas a laser, inspirados em desenhos criados pela inteligência artificial, no Centro de São Paulo. Cores fortes, pontos largos e adereços que lembram fantasias carnavalescas pontuaram as peças com um pé no surrealismo, misturados a crochês de várias cores.
Nos pés, papetes e calçados da Rider, com saltos altíssimos faziam os modelos se equilibrarem no asfalto em frente ao Edifício Copan, onde aconteceu o desfile aberto ao público, no pôr do sol da tarde do Centro de São Paulo e seus contornos de seus prédios icônicos. No final, os modelos se posicionaram na escada em frente ao Copan, criando imagens dignas de cinema.
Os 40 looks da coleção foram desenvolvidos pelos participantes e egressos do projeto Ponto Firme, da Penitenciária Adriano Marrey, e também pelos alunos da Escola Ponto Firme, que conta com um grupo de mulheres imigrantes propensas ou resgatadas de trabalhos análogos à escravidão na indústria da moda, mulheres trans em situação de vulnerabilidade social, pessoas refugiadas, detentos e egressos do sistema prisional. Os jovens da periferia de São Paulo, que representam o coletivo Artesanato Chave, referência em acessórios e bonés de crochê.