"Ter uma skin é como usar uma bolsa de luxo", diz modelo gamer
O Brazil Game Show acontece até dia 13 no Expo Center Norte, em São Paulo, no Expo Center Norte, em São Paulo, com mais de 400 estandes de grandes marcas do mercado de jogos eletrônicos digitais e cerca de 3 mil influenciadores do segmento. Além de todas as novidades do segmento, há alguns detalhes extras que movimentam o setor e se insere no mundo fashion. Trata-se das chamadas skins, fantasias e acessórios usados por vários jogadores para se destacar durante as partidas, mas que em nada influenciam no resultado.
Há vários exemplos desse diálogo entre marcas de moda e skins de jogos. Em 2019, por exemplo, a Louis Vuitton lançou skins especiais para Qiyana e Senna, personagens da True Damage, banda virtual do League of Legends, da Riot Games, com a assinatura do Nicolas Ghesquière. Na época, dentro do jogos, podia-se comprar peças por US$ 10. Mas a marca fez também uma coleção cápsula para ser usada na vida real, com preços que variavam de R$ 935 (um bandeau) a R$ 24,6 mil (uma jaqueta de couro).
A modelo trans Lana Santuci, de 28 anos, que faz sucesso há alguns anos nas passarelas e campanhas nacionais e internacionais, também participante da primeira temporada do reality "Born To Fashion", do Canal E!, sempre foi gamer. "Jogo desde meus 8 ou 9 anos. E meu jogo preferido é o League Of Legends, que comecei a jogar com 14 anos. Mas também gosto do Diablo, entre outros", disse ao "Elas no Tapete Vermelho".
Lana, que já desfilou para grifes como Rick Owens, é também consumidora de skins e disse que já deve ter gastado uns R$ 5 mil em compras de roupas e acessórios de personagens, durante todo esses anos de jogo. "Já comprei muita skin. É um detalhe que customiza seu personagem. Não te deixa melhor ou pior, mas é uma coisa que visualmente te agrada e adoro todos os tipos. É como usar uma bolsa ou um brinco de luxo. Gosto da temáticas diferentes. E o League of Legends lança também skins temáticas, como de Natal ou Halloween. Prefiro as skins mais 'trevosas' e também as mágicas, de fadas", revelou, ao contabilizar mais de 200 skins em sua conta.
Ela cita que as skins custam em média a partir de R$ 30 a R$ 60, mas recentemente o mundo gamer ficou meio revoltado com o lançamento de um pacote de skins e acessórios, que no mundo gamer são chamados de "cosméticos", do jogador coreano conhecido como Faker (Lee Sang-hyeok), considerados os mais caras da história. De acordo com o que foi divulgado, o combo de acessórios de Ahri Lenda Imortalizada chegou a custar nada menos que 59.260 de RP (Riot Ponts), algo em torno de R$ 1.370 mil no lançamento no meio do ano. "Todo mundo ficou bravo", lembrou Lana, que disse que a Ahri é uma de suas personagens favoritas. Segundo ela, as empresas colocam à venda por pouco tempo, para o jogador comprar na hora. A da Louis Vuitton, por exemplo, não está mais disponível.
Vida real
Mas se dentro dos jogos há sempre lançamentos de "cosméticos" e parcerias com famosos, com nomes como o DJ Alok, a cantora Anitta, que viraram personagens jogáveis do game Free Fire, entre outros, os jogos saem da tela para o mundo real. Além da Louis Vuitton, outros elementos gamers ganharam vida e conquistaram famosos.
Entre os mais recentes estão a bota enorme vermelha inspirada no personagem Astro Boy, com jogo na Nitendo, e roupas inspiradas no Minecraft. Quem adorou a ideia foi a influenciadora Gkay, que chegou a usar as duas peças juntas. A jaqueta pixelada é da marca de luxo espanhola Loewe, que tem como diretor criativo J.W.Anderson e foi lançada para a coleção primavera-verão 2023. A big red boots foi lançada em fevereiro de 2023 pelo estúdio MSCHF e virou sensação na internet.
Desfile
Em 2021, o universo dos games invadiu a passarela do SPFW com skins transformadas em looks reais pelas mão do stylist Daniel Ueda, que trabalhou em conjunto com Alexandre Herchcovitch. A top Isabeli Fontana abriu o desfile, com peruca preta curta e look em tom vivo. "O meu maior desafio aqui foi tirar o projeto do universo dos games e levar para o da moda. Precisei me inteirar muito do mundo gamer, e para mim está sendo maravilhoso, pois é mais uma porta que se abre, com muita força e energia. Esse processo de criação foi desafiador e incrível ao mesmo tempo", afirmou Ueda, na época. As peças eram únicas e foram para leilão beneficente. A ação foi feita em conjunto com a Garena - publisher e detentora dos direitos do jogo Free Fire, e o Banco Santander, patrocinador do evento naquele momento.
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