Pets: por que somos tão apegados aos animais de estimação?

O amor dos brasileiros por pets não é uma novidade e um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra o tamanho dessa paixão: em 2018, estimava-se quase 140 milhões de animais de estimação, com cachorros e gatos, como você pode imaginar, entre os bichinhos mais presentes nos lares. 

Além desse dado interessante, o avanço do mercado, bem exemplificado pelo número de pet shops e alto consumo de produtos totalmente voltados ao nicho, indica: o bem-estar dos pets é uma preocupação para os donos, mas, afinal, por que os bichinhos de estimação fazem tão bem para o emocional das pessoas? É o que explica a psicóloga Gabriele de França (CRP 06/161972).  

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“A conexão entre donos e seus pets se dá pela criação do vínculo e tudo que o permeia, trata-se de uma relação de troca. O ser humano tem seus deveres, como dar banho, alimento, água, acompanhamento veterinário, além de sua responsabilidade afetiva. O pet, por sua vez, corresponde da maneira que pode, sendo companheiro, retribuindo o carinho, acompanhando seu tutor e sendo fiel”, explica a especialista.  

Ainda segundo a psicóloga, a proximidade entre humanos e animais de estimação também acontece por conta de uma parceria genuína: “os pets são amigos que não julgam e sempre permanecem ali, independentemente das circunstâncias”. Por sua vez, a fidelidade dos animais se dá em razão de seu contato restrito, já que eles costumam ficar mais conectados aos donos. 

Os pets conseguem ajudar no alívio do estresse? 

As condições adversas de um dia não somente resultam no cansaço físico, têm impacto emocional – pesquisas já identificaram que estresse e ansiedade estão bem presentes na rotina dos brasileiros. Muitos, até por morarem sozinhos, encontram o conforto necessário na companhia de um animal de estimação.  

“Em vários momentos, estar sozinho causa um efeito positivo e até prazeroso para nossa saúde mental. Mas é importante lembrarmos que o ser humano é um ser social, e que estar sozinho por muito tempo pode causar solidão. Essa, quando sentida com intensidade, durante muitos dias e dentro de um lugar que deveria ser nosso refúgio (nosso lar), pode causar o adoecimento. 

Nesse cenário, os pets se tornam uma ótima opção, pois suprem a ausência de companhia, retribuem o afeto (ainda que sem palavras, mas por gestos e olhares) e geram a sensação de bem-estar e liberação de hormônios do prazer, como a ocitocina”, enfatiza Gabriele. 

Crianças e pets: os benefícios desse convívio  

A presença dos animais domésticos traz benefícios não apenas para adultos, as crianças também são afetadas positivamente e, conforme destaca Gabriele, esse convívio pode colaborar no desenvolvimento infantil:  

• Construção do senso de responsabilidade; 
• Diminuição do estresse (liberação de hormônios, como a ocitocina); 
• Prática de atividades físicas: muitos animais costumam ter bastante energia, assim como as crianças, e as brincadeiras entre eles se tornam benéficas para ambos; 
• Desenvolvimento da empatia e do afeto. 

Entrevistada: @psi.gabrieledefranca no Instagram.

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