Por que o pilates é tão completo?
Amplo e versátil, esse exercício atende às necessidades e capacidades de cada praticante
Segundo o aplicativo americano ClassPass, o pilates foi, pela primeira vez, o treino mais popular de 2023. Isso significa, pois, que o exercício deixou de ser algo nichado, que só víamos nos filmes e praticado por mulheres de classe alta, para se tornar uma atividade que atende a todos os públicos.
E o que levou a isso?
Todas as pessoas podem fazer pilates - crianças, idosos, pessoas com mobilidade reduzida, obesos, atletas de alto nível, etc. Josi Araújo, professora e fisioterapeuta da Pure Pilates, considera a atividade completa e versátil por várias razões:
- Adaptamos o pilates para atender às necessidades e capacidades de uma ampla variedade de pessoas. "Modificamos os exercícios em termos de intensidade, amplitude de movimento e resistência, tornando-os acessíveis para todos os níveis de condicionamento físico e habilidades."
- Com foco no controle e precisão, o pilates enfatiza o controle preciso dos movimentos, utilizando a mente para controlar o corpo. "Isso não apenas promove a segurança durante os exercícios, mas também ajuda a melhorar a consciência corporal e a eficácia dos movimentos. "Essa abordagem beneficia especialmente pessoas com condições de mobilidade reduzida ou lesões, pois permite que realizem exercícios de forma segura e eficaz."
Ênfase no fortalecimento
Um dos princípios do método, é que ele trabalha constantemente o fortalecimento do core - região central do corpo que inclui os músculos abdominais, lombares, glúteos e músculos profundos do tronco. "Esses músculos são essenciais para fornecer suporte e estabilidade à coluna vertebral, melhorando a postura e prevenindo lesões. O fortalecimento do core é fundamental para pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico, pois afeta diretamente a função e o movimento do corpo", explica.
Além disso, o pilates incorpora uma variedade de princípios de movimento, como controle, fluidez, respiração, concentração, precisão e centralização. "Esses princípios trabalham em conjunto para melhorar a eficiência do movimento, promover a estabilidade e o equilíbrio, e reduzir o estresse sobre as articulações", descreve a professora.
"Com a abordagem holística, o pilates torna-se um exercício completo, que beneficia não apenas o corpo, mas também a mente", destaca.
Existem níveis
O pilates é uma atividade dividida em três níveis. Josi Araújo, professora e fisioterapeuta da Pure Pilates, explica cada um.
➡️ Iniciante: Destinado a pessoas que estão começando com o pilates ou que têm pouca experiência. "Os exercícios neste nível são mais simples e focados em estabelecer os fundamentos básicos do pilates, como controle respiratório, ativação do core e alinhamento postural."
➡️ Intermediário: Projetado para praticantes com um nível básico de habilidade e força. "Os exercícios neste nível são mais desafiadores em termos de resistência, amplitude de movimento e complexidade, visando fortalecer e tonificar os músculos de forma mais intensiva."
➡️ Avançado: Os exercícios neste nível são mais avançados em termos de dificuldade e exigem um maior nível de força, flexibilidade, equilíbrio e controle. "Eles podem incluir variações mais complexas dos exercícios tradicionais de pilates."
Mas atenção! A professora alerta que é importante progredir gradualmente de um nível para o próximo, conforme você ganha força, flexibilidade e habilidade técnica. "Um instrutor qualificado de pilates pode ajudá-lo a determinar o nível apropriado e a adaptar os exercícios de acordo com suas necessidades e objetivos individuais", afirma.
E o corpinho?
Com tantos benefícios, é óbvio que você, leitor(a), também quer saber o que o pilates faz com o seu corpo. Ele define? Emagrece? Dá músculos? A professora e fisioterapeuta responde!
"O corpo de uma pessoa que pratica pilates regularmente pode passar por várias transformações físicas e perceptíveis ao longo do tempo, e tende a se tornar mais forte, flexível, equilibrado e bem alinhado. No entanto, é importante lembrar que os resultados variam de pessoa para pessoa, dependendo de vários fatores, como genética, idade, histórico de lesões e nível de comprometimento com a prática", esclarece Josi Araújo.
Momento história! De onde vem o pilates?
O pilates foi desenvolvido por Joseph Pilates na década de 1920, na Alemanha. "Embora não seja diretamente derivado de um único exercício físico específico, o pilates foi influenciado por uma variedade de disciplinas e técnicas que Joseph Pilates estudou e praticou ao longo de sua vida", revela a profissional.
Alguns dos principais influenciadores do pilates incluem:
- Yoga: Joseph Pilates estudou e praticou yoga, incorporando muitos dos princípios e técnicas de respiração, concentração e controle do corpo em seu método. Além disso, o Pilates compartilha semelhanças com a yoga em sua ênfase na conexão entre mente e corpo e na busca pela harmonia física e mental.
- Ginástica: Ele estudou os movimentos e observou como as pessoas se moviam com eficiência e graça, incorporando esses princípios aos seus exercícios.
- Dança: Joseph Pilates era um bailarino e coreógrafo, e sua experiência na dança influenciou o desenvolvimento de muitos exercícios de pilates. Ele trabalhou com dançarinos profissionais para ajudá-los a se recuperar de lesões e melhorar seu desempenho, adaptando e refinando seu método com base nessa experiência.
- Culturismo e condicionamento físico: Pilates também se inspirou em princípios de musculação e condicionamento físico. "Ele acreditava na importância do fortalecimento dos músculos profundos do corpo, que ele chamava de powerhouse, para promover estabilidade, equilíbrio e controle."
Em conclusão, Josi nos conta que, ao longo dos anos, Joseph Pilates refinou e aprimorou seu método, que inicialmente chamou de 'Contrologia'. "Ele desenvolveu uma série de exercícios de solo e criou equipamentos especializados para complementar sua prática. O pilates ganhou popularidade entre os praticantes de dança e se espalhou para outras áreas, como reabilitação física e condicionamento geral, tornando-se o método abrangente e versátil que conhecemos hoje", finaliza.