Por que pensamos tanto na hora de dormir
Excesso de pensamentos pode frustrar horas de descanso; veja dicas para diminuir ansiedade
Encostar a cabeça sobre o travesseiro para finalmente fechar os olhos e descansar é um dos maiores desejos após encerrar um dia cheio de tarefas, mas, às vezes, e até mesmo com o corpo completamente tomado pelo sono, pensamentos e ideias começam a borbulhar e impedem a realização da maior vontade naquele exato instante: dormir.
Quem nunca se viu envolto pela atmosfera do trabalho tentando solucionar mentalmente situações em pleno momento de descanso, ou quem sabe retornou para a cama após ter ido beber um copo d’água e simplesmente passou a rolar de um lado para o outro pensando em assuntos que precisará tratar assim que o sol surgir? Contabilizar as horas restantes de sono é só mais um ingrediente nesse cenário de pura ansiedade. Mas por que isso acontece?
“À noite, principalmente quando nos deitamos, os milhares de estímulos ambientais que recebemos ao longo do dia (sejam visuais, sonoros ou sensoriais) diminuem, mas geralmente precisamos treinar nosso cérebro para também diminuir o ritmo dos pensamentos, porque a tendência da nossa mente é continuar o ritmo acelerado do dia. O que é curioso, é que geralmente o ritmo acelerado é o mesmo durante o dia, mas talvez não percebamos e até incentivemos este ritmo com um comportamento multitarefas”, afirma Clarissa Guariniello, especialista em Neurociência.
Com essa dinâmica tão intensa, uma baixa qualidade de sono acaba arrastando o problema para o dia seguinte, quando precisamos estar novamente dispostos para iniciar a rotina.
“Um sono de qualidade é fundamental para o bom funcionamento do nosso cérebro. Há diversas etapas de profundidade de sono, indo de leve ao REM (Rapid eye movement), período em que nossas pálpebras se movimentam involuntariamente e geralmente sonhamos. Estudos mostram que é neste período que gravamos memórias e aprendemos e de fato descansamos. Por isso ele é essencial para nossa saúde e quanto mais horas estivermos neste período durante o sono, melhor”, aponta a neurocientista que também destaca: “Há estudos que relatam que a privação do sono afeta diretamente o funcionamento do sistema endócrino, fundamental no equilíbrio hormonal também”.
Trabalhar autoconhecimento e autocontrole pode ser imprescindível no combate da ansiedade, assim como adotar hábitos mais saudáveis de sono, alimentação e inclusão de atividades são caminhos para se preparar melhor para o momento de dormir, fazendo o cérebro se adaptar a uma rotina mais equilibrada. Veja algumas dicas para isso:
Exercícios físicos
Fundamentais para a manutenção de uma boa saúde, trazem inúmeros benefícios e promovem a sensação de bem-estar. Isso acontece por conta da liberação de endorfina no corpo, um hormônio estimulado pela atividade física e produzido pela hipófise, uma glândula cerebral.
É importante escolher bem o horário de praticar, pois se por um lado a substância liberada pela hipófise faz bem, por também funcionar como um analgésico natural, os exercícios físicos aumentam adrenalina. Não deixe para malhar perto do horário de dormir.
Meditação
A prática meditativa tem diversos objetivos, como o autoconhecimento, uma de suas principais propostas e das mais exploradas por meditadores que desejam aproveitar exercícios para refletir sobre sua própria condição de momento, como alta de estresse ou ansiedade, análise sobre o dia ou algum aspecto específico, entre outras situações.
Como opção, é possível buscar pelos conteúdos mais voltados ao alívio de ansiedade ou apostar em coleções meditativas com foco em dormir melhor. A meditação também apresenta outra ótima alternativa, os sons relaxantes, que podem fazer a diferença ao longo do dia, mas também na hora de dormir.
Equipamentos eletrônicos
Pode parecer estranho mencionar os equipamentos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores, mas eles podem ser verdadeiros vilões na hora do descanso. Isso acontece pelo simples fato de que a luminosidade das telas estimula a produção do cortisol, um hormônio essencial para controles do organismo, mas que também acaba inibindo a produção da melatonina, um outro hormônio, porém responsável por regular o sono. Ter esse hábito também pode colaborar para que o cérebro não siga a rotina ideal.
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