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Taxa de mortalidade de hipertensos por covid-19 é de 6%

Doenças cardíacas enfraquecem sistema imunológico, reduzindo a capacidade de defesa contra covid-19

6 abr 2020 - 12h11
(atualizado às 12h36)
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Você sabia que pacientes com problemas cardíacos estão mais vulneráveis ao novo coronavírus? De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a taxa de mortalidade em hipertensos é mais elevada do que a população geral e pode atingir 6%. "Mas é importante frisar que a hipertensão arterial tem prevalência elevada e as mortes nesse subgrupo podem ser associadas a fatores como idade acima de 60 anos, diabete e outras comorbidades", afirma o presidente da associação.

Marcelo Queiroga também enfatiza a importância da informação de qualidade para quem sofre com o problema. "Neste momento de crise de saúde pública, é muito importante informar aos pacientes cardiopatas sobre os riscos que correm ao se contaminarem com o coronavírus e a necessidade de se cuidarem e se protegerem é ainda maior, seguindo seus tratamentos específicos, conforme prescrição médica. Também queremos reforçar como é fundamental a população em geral seguir o isolamento social, para evitar o contágio, e tomar todas as precauções indicadas", diz.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia lança uma campanha de conscientização aos profissionais de saúde e à população sobre as medidas preventivas e de combate à infecção, chamada "De Coração, Contra o Coronavírus". Como uma das ações está no ar um portal que consolida notícias, estudos e mapas interativos atualizados sobre a disseminação do vírus no mundo.

Taxa de mortalidade de hipertensos por covid-19 é de 6%
Taxa de mortalidade de hipertensos por covid-19 é de 6%
Foto: Dimitri Karastelev/Unsplash

Pacientes com doenças cardíacas são mais frágeis diante do coronavírus

De modo geral, essas doenças enfraquecem o sistema imunológico, reduzindo a capacidade de defesa do nosso organismo. Quando pulmões são afetados pelo novo coronavírus, um coração já doente precisa trabalhar ainda mais para bombear sangue oxigenado por todo o corpo, como explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcelo Queiroga.

"Pacientes com cardiopatias são também mais idosos e têm outras comorbidades, como diabetes mellitus, além disso, muitos são fumantes. Esse cenário, explica parte do motivo da mortalidade pelo covid-19 ser mais elevada entre os doentes do coração. Estima-se em 10,5% a taxa de mortalidade em pacientes infectados pelo SARS Cov 19", acrescenta.

É importante destacar que o novo coronavírus promove uma resposta inflamatória sistêmica que também atinge diretamente o coração levando à inflamação do miocárdio (miocardite). Esse fato se relaciona com o agravamento de número expressivo de casos.

Quem tem hipertensão está vulnerável diante do coronavírus?

A hipertensão promove alterações nos neutrófilos, o tipo de glóbulo branco mais numeroso em nosso corpo e que atua como nossa primeira linha de defesa diante de ameaças, como bactérias e vírus. "A taxa de mortalidade em hipertensos é mais elevada do que a população geral e pode atingir 6%", informa o presidente da SBC.

Marcelo Queiroga alerta que todos os medicamentos devem ser mantidos conforme a prescrição médica de cada paciente. "Esse é um momento importante para que esses pacientes tenham ainda mais atenção aos seus cuidados diários. As doenças cardíacas são enfermidades crônicas e são responsáveis por cerca de 1/3 de todas as mortes no Brasil. Pacientes que tenham descompensação da doença cardíaca em função da não adesão aos tratamentos são mais vulneráveis e se adquirirem a covid-19 têm aumentado o risco de morte" conclui.

Dicas para pacientes cardíacos durante a pandemia do covid-19

A pedido da reportagem do E+, o cardiologista Marcelo Queiroga enumerou algumas recomendações básicas aos pacientes durante o surto do novo coronavírus:

  •  Aqueles que podem, devem ficar em casa;
  • Lavar as mãos com frequência por pelo menos 20 segundos;
  • Evitar qualquer contato com pessoas que manifestam sintomas parecidos com os da gripe;
  • Ter uma alimentação saudável;
  • Rotina de exercícios físicos deve ser mantida, mesmo dentro de casa;
  • Tomar as medicações de forma correta.

O presidente da SBC, Marcelo Queiroga, também dá um recado complementar. "Aproveito o espaço para pedir àqueles que ainda são fumantes, que parem de fumar. Caso precisem consultar o cardiologista, evitem procurar pronto-socorro ou emergências, somente quando houver estrita necessidade, como sintomas de dor no peito, falta de ar ou suor frio. Aconselha-se a consulta médica por telemedicina, a qual na cardiologia tem recursos (teleconsulta, telediagnóstico, telemonitoramento e teleorientação) e validação em Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia", conclui.

Assista ao vídeo:

Estadão
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