Uísque escocês é dividido em cinco categorias
Ler rótulo de bebida não é tarefa das mais fáceis, principalmente se os termos impressos pressupõem um certo conhecimento prévio. Não importa a bebida, o problema é o mesmo.
Os grandes vinhos franceses e seus vinhedos e classificações, as cervejas que indicam o extrato primitivo em seu rótulo (que muitas vezes é confundido com teor alcoólico), saquês japoneses (esses, então, merecem uma matéria à parte). Os uísques não são diferentes.
A confusão era grande e, no ano passado, a Scotch Whisky Association definiu a nomenclatura para cada categoria de uísque escocês que deverá constar na garrafa do seu scotch favorito. São elas: Single Malt Scotch Whisky, Blended Malt Scotch Whisky, Blended Scotch Whisky, Single Grain Scotch Whisky e Blended Grain Scotch Whisky.
A falta de clareza sobre as nomenclaturas utilizadas estava causando certa confusão entre os consumidores e discussão entre os especialistas. O estopim parece ter surgido com os Blended Malt Whisky, que também eram conhecidos como Vatted Whisky ou chamados, por alguns produtores, de Pure Malt. Para o consumidor final, que é quem nos interessa aqui, os diferentes nomes para uma mesma categoria de uísque levava a erros e dúvidas sobre o que estava sendo consumido.
Veja como ficaram os termos que indicam cada uma das cinco categorias de uísque e o que eles significam:
O termo Single Malt Scotch Whisky indica que o uísque contido na garrafa tem duas particularidades. Primeiro, é 100% destilado de malte, ou seja, de um grão, no caso cevada, que de maneira controlada foi induzido à germinação. A outra particularidade é que um Single Malt é elaborado a partir de uísque de malte de uma única destilaria, mesmo que de diferentes anos. Ou seja, ao optar por essa categoria, não significa que você irá beber uísque de um único ano, mas sim que está bebendo uísque de malte de uma única origem.
Já o termo Blended Malt Scotch Whisky indica que maltes de diferentes destilarias estão combinados naquela garrafa. Até antes dessa nova nomenclatura, eles eram chamados de Vatted Malt Whisky, ou Pure Malt. Aqui no Brasil, temos, por exemplo, o Johnnie Walker Green Label, um 15 anos da Diageo, resultante da mistura de quatro Single Malt: Talisker, Linkwood, Cragganmore e Caol Ila. E também encontra-se The Famous Grouse Blended Malt, 12, 18 e 30 anos, da The Edrington Group, importados pela Interfood, carregando em sua composição maltes como The Macallan e Highland Park.
A designação Blended Scotch Whisky é usada para o uísque composto por diferentes uísques de malte e grain whiskies, ou seja, uísque de grãos (não maltados), provenientes de diferentes destilarias. Esses são a maioria dos uísques disponíveis no mercado. Nicholas Macchi, gerente de marketing para a America Latina do The Edrington Group, lembra que os Blended Whiskies são os responsáveis pelo sucesso do uísque no mundo.
A mistura com uísque de grãos não maltados acrescenta leveza à bebida, facilitando sua recepção junto ao consumidor final. Esse sucesso pode ser medido pela participação dos blended whiskies no mercado de uísques. Segundo a Scotch Whisky Association, os blended correspondem a 90% dos uísques vendidos no mundo.
Além dessas três categorias ainda temos os Single Grain Scotch Whisky que é o produto de uma única destilaria, mas que diferentemente de um Single Malt, admite uísque de grãos não maltados em sua composição - desde que respeitado o fato de ser destilado em uma única destilaria. E, finalmente, há os Blended Grain Scotch Whisky, o que indica que o whisky contido na garrafa é um blend de diferentes Single Grain Scotch Whisky.
Confuso ainda? Um pouco, mas comece a reparar nas garrafas que você compra. Reúna os amigos e prove as diferenças. Será uma boa experiência.