Uso abusivo de ácidos pode envelhecer a pele; entenda
Muito comum em tratamentos estéticos e na formulação de cosméticos destinados ao combate a manchas, rugas e flacidez, os ácidos podem ter efeito contrário ao desejado se usados em excesso. Pelo menos é o que indica um artigo divulgado pela publicação científica British Journal of Dermatology, que aponta a aplicação abusiva desse tipo de produto como um dos principais responsáveis pelo envelhecimento cutâneo.
Segundo o estudo, quando utilizados em concentrações elevadas, esses agentes apresentam um alto poder abrasivo, capaz de provocar lesões na pele (vermelhidão, ardência e formação de feridas) e atrapalhar a fabricação de colágeno. “A inflamação gerada nestes casos atrapalha o processo de rejuvenescimento, além de provocar a formação de manchas no rosto se o paciente não tiver o devido cuidado com a exposição solar”, ressalta Carolina Stano, dermatologista do Instituto da Pelle, do Rio de Janeiro.
Apesar de não existir uma dose padrão referente ao uso dos ácidos, o ideal é que a porcentagem da substância utilizada em cremes de beleza e procedimentos estéticos não ultrapasse a margem que vai de 0,01 a 0,1 %. Por isso, vale a pena ficar de olho se o limite estabelecido é ou não respeitado, além de atentar-se para um sinal clínico que denuncia o excesso: a descamação.
Embora muita gente acredite que quanto mais a pele descascar melhor será o resultado final, o ideal é justamente o contrário. “Irritações excessivas e prolongadas são indícios de que algo no tratamento precisa ser alterado. Por isso, para que tenha um efeito rejuvenescedor, o ácido não deve provocar descamação em grandes quantidades”, alerta a especialista.
Benefícios
Os ácidos têm diversas funções, dentre elas, esfoliar a pele, reduzir a oleosidade, diminuir os poros dilatados, clarear e rejuvenescer rugas e linhas de expressão. “Além disso, também é usado em pacientes com tendência à acne, pois ajuda no controle das lesões e na redução da oleosidade”, lembra Carolina.
Para que cumpram bem o seu papel, no entanto, só devem ser usados com orientação de um profissional, pois o tratamento realizado, tanto em casa quanto na clínica estética, é específico e depende muito da análise do tipo de pele de cada pessoa. O inverno é a melhor época do ano para utilizá-los devido à menor incidência de raios UV e às temperaturas mais baixas. “No entanto, é possível prescreve-los de forma que o paciente os utilize de maneira segura durante o ano todo, desde que haja, é claro, a fotoproteção com FPS mínimo de 30”, ressalta.