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Livro mostra mulheres que estão reinventando a maturidade

Elas mudaram os rumos da história no século passado e agora estão dando nova cara à velhice

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Um grupo de mulheres, no século 20, resolveu ir na contramão do caminho seguido por suas mães e avós. Elas derrubaram tabus, entraram no mercado de trabalho, lutaram pelo divórcio, tomaram pílulas e ficaram independentes. Hoje, essas revolucionárias estão vivendo a sexta década da vida e, por óbvio, jamais envelheceriam como suas antepassadas. Elas, que mudaram o curso da própria história, estão propondo uma nova transformação: querem reinventar o envelhecimento e criar um novo sentido para a maturidade.

Mulheres querem reinventar o sentido da maturidade
Mulheres querem reinventar o sentido da maturidade
Foto: Olesya Kuznetsova/Shutterstock

A jornalista Marcia Neder, 64 anos, resolveu ir atrás dessas mulheres para escrever sobre essa geração ativa e empreendedora. Desta pesquisa qualitativa nasceu o livro A Revolução das 7 Mulheres: os sete perfis que representam a geração 50+, 60+ que está reinventando a maturidade. Na obra, ela mostra em detalhes o que pensam, como fazem escolhas, enxergam o futuro ainda longo que têm pela frente e qual é o papel que desempenham na construção dessa nova sociedade.

Afinal, de acordo com a autora, o Brasil está vivendo uma grande transformação: passa de um país jovem para um país maduro em alta velocidade que tem pela frente enormes desafios sociais. “Temos um Brasil mais velho e feminino”, diz. Conforme ela, a chamada Terceira Idade, que ainda é erroneamente vista como um borrão sem nuances, está envolta em estereótipos e preconceitos.

Marcia trabalhou por mais de 30 anos escrevendo sobre o comportamento feminino
Marcia trabalhou por mais de 30 anos escrevendo sobre o comportamento feminino
Foto: Arquivo pessoal

“As pessoas ainda imaginam que as mulheres cheguem aos 60 anos velhinhas, de bengala, esperando fim da vida. Só que hoje podemos fazer o que quiser ”, afirma. Marcia ressalta que as mulheres frente a essas mudanças são pioneiras e, por isso, vão levando flechadas. “Mas estamos abrindo os caminhos para as novas gerações. Aliás, nosso grande mérito é ter a absoluta liberdade de fazer as nossas escolhas, coisas que não tínhamos há 50 anos”, reflete.

Por isso, o livro escrito pela carioca faz referência às mulheres que encaram a idade apenas como um número. “Não estamos cansadas, como muitos dizem. Aliás, ao contrário! Claro que não temos a agitação da juventude, agimos com mais maturidade, tranquilidade, mas com novos propósitos, sentidos e sonhos. Quem tem 60 anos, hoje, vive um momento efervescente”, opina.

Para Marcia, essa geração pertence a um grupo formador de opinião. “As mulheres que hoje possuem 60 anos são criadoras de riquezas para o país. São capazes de provocar impacto nas estratégias das empresas de bens e serviços e nos hábitos de consumo com o seu sólido poder de decisão e compra”, pontua. No livro de Marcia, os leitores vão conhecer os perfis definidos por ela como Realizadora, a Desbravadora, a Formiga, a Exuberante, a Equilibrista, a Fênix e a Comandante.

Elas não chegam mais aos 60 velhinhas e de bengala
Elas não chegam mais aos 60 velhinhas e de bengala
Foto: Olesya Kuznetsova/Shutterstock

Inspiração

Como jornalista, Marcia trabalhou mais de 30 anos escrevendo sobre o comportamento feminino. Quando resolveu seguir outros caminhos, pensou em aprofundar o conhecimento adquirido até então. E da lista de assuntos que queria investigar mais a fundo surgiu o desejo de escrever sobre a fase que também faz parte. “Vi a necessidade ao perceber as grandes transformações que estão ocorrendo. Eu vivi em outra galáxia no século passado e vi tudo mudar. Nós vivemos todas as conquistas que nos orgulhamos hoje”, justifica.

As mulheres citadas por Marcia fazem parte da geração baby boomers, nascidas entre as décadas de 40 e 50. “É um grupo particular, diferente de tudo. Esse grupo viveu as maiores e mais importantes transformações até agora. Estou falando sobre as mulheres que queimaram os sutiãs e deram muitos murros em pontas de facas. Não é justo que elas precisem se deparar com esses estereótipos”, fala, ressaltando que o grande desafio do país hoje é entender essa mudança demográfica.

Para ela, um bom ponto de partida é conhecer melhor essa nova mulher madura transformadora que se define hoje como “invisível”. Pois que isso mude! Que seja tão visível, quanto inspiradora para as próximas gerações.

Fonte: Terra
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