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Quem são as brasileiras que quebraram (e quebram) padrões

Conheça 10 mulheres corajosas que foram pioneiras em várias áreas

24 ago 2016 - 08h00
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Já pensou em quantas regrinhas tentamos nos encaixar todo dia? De comportamento, de beleza, de sexualidade, de carreira. Se hoje ainda há vários padrões para limitar nossas escolhas, imagine em outras épocas. É justamente porque algumas corajosas quebraram barreiras no passado que há escolhas mais livres para as mulheres de hoje, para optar entre tantas alternativas de vida, e em qualquer idade.

Talvez seja impossível reunir em uma só lista todas as mulheres que trabalharam para vencer preconceitos e quebrar regras, mas listamos 10 dessas pioneiras. Confira:

Leolinda Daltro

Você já se imaginou sem poder votar? Pois houve uma época em que esse direito era negado às mulheres. E a baiana Leolinda Daltro não se conformou com isso. Em 1910, fundou o Partido Republicano Feminino, e uma das principais reivindicações era o direito ao voto. Por causa de suas ideias revolucionárias para a época, Leolinda ganhou o apelido de “Mulher do Diabo”, uma tentativa da sociedade de ridicularizá-la. Leolinda nasceu por volta do ano 1860 e morreu em 1935, três anos depois de instituído o voto feminino no Brasil. 

Bertha Lutz

Bertha foi outra brasileira que lutou pelo direito ao voto feminino, e é considerada uma líder na luta pelos direitos políticos das mulheres. Chegou a assumir como suplente o mandato de deputada na Câmara Federal em 1936, devido à morte do titular, Cândido Pessoa. Queria a mudança na legislação sobre o trabalho da mulher, a igualdade salarial, licença de três meses para gestantes e redução da jornada de trabalho, que na época era de 13 horas diárias.

Laudelina de Campos Mello

Laudelina foi uma revolucionária para sua época: em 1938, já era separada do marido e tinha dois filhos, algo que era considerado um comportamento ruim. Mas o mais importante é que ela foi fundadora do primeiro sindicato de trabalhadores domésticas do Brasil, e isso foi fundamental para o reconhecimento dos direitos da categoria mais tarde. Laudelina nasceu em 1904, em Minas Gerais, e morreu em 1991, em Campinas. 

Carlota Pereira de Queiroz
Carlota Pereira de Queiroz
Foto: Ulysses Ed.07/Fundação Ulysses Guimarães Licença Creative Commons

Carlota Pereira de Queiroz 

Carlota é a primeira deputada federal do Brasil, eleita em 1933. Naquele ano, foi a única mulher a se sentar entre os 253 deputados federais. Elaborou um dos primeiros projetos sobre a criação de serviços sociais no país, e é lembrada como um símbolo da representação feminina na política. 

Pagu
Pagu
Foto: Linceça Creative Commons - Domínio Público

Patricia Galvão

Patrícia Galvão, apelidada de Pagu, fumava na rua, usava cabelos curtos, falava palavrões. Nada que as mulheres não possam fazer hoje, certo? Mas para a sociedade da década de 1930 esses hábitos eram considerados obscenos. Por isso, Pagu foi uma defensora das mulheres e criticava o papel feminino na sociedade da época. Foi escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista, e destaque do movimento modernista de 1922.

Antonieta de Barros

Antonieta teve coragem de expressar suas ideias em uma época que a sociedade não permitia às mulheres a livre expressão. Além de escrever artigos para um jornal que também dirigia e editava, foi a primeira deputada estadual negra do Brasil. Nasceu em Santa Catarina, e em 1922 fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, para alfabetização de pessoas carentes. O curso foi dirigido por ela até sua morte, em 1952, e depois fechado em 1964. 

Leila Diniz

Você imagina algo tão natural quanto tirar fotos grávida e de biquíni ser considerado ousado? Na década de 1970, no Brasil, era. Leila Diniz foi a primeira mulher a fazer fotos públicas grávida e de biquini, em 1971, quebrando padrões da época. Leila é lembrada por ser desinibida e livre de vários tabus que eram comuns para as mulheres: falava de sexo, dizia palavrões e não tinha medo de expressar seus pensamentos. Nasceu em 1945, em Niterói, e morreu em 1972, em um acidente de avião, com 27 anos.

Nise da Silveira

Nise foi pioneira no Brasil em uma das profissões em que, na época, era raridade encontrar uma mulher. Alagoana, estudou na Faculdade de Medicina da Bahia entre 1921 e 1926, sendo a única mulher em uma turma de mais de 150 alunos. Foi pioneira na terapia ocupacional, e desenvolveu seu trabalho com psicóticos no Rio de Janeiro, onde os pacientes expressavam seus sentimentos através da pintura e da escultura. Criou, em 1952, o famoso Museu de Imagens do Inconsciente. Morreu em 1999.

Luislinda Valois em 2012
Luislinda Valois em 2012
Foto: Licença Creative Commons

Luislinda Valois

Luislinda Valois é a primeira juíza e primeira desembargadora negra brasileira. Na infância, ouviu de um professor que se ela não poderia comprar material escolar deveria parar de estudar e ir cozinhar feijoada na casa de brancos. Luislinda conta o episódio e relembra que ali tomou a decisão: “Vou é ser juíza e lhe prender”, disse. Também foi quem proferiu a primeira sentença contra racismo, em 1993. Luislinda é baiana e nasceu em 1942.

Maria Esther Bueno

A tenista brasileira Maria Esther Bueno foi a primeira brasileira a vencer uma competição Grand Slam, quando conquistou o torneio de Wimbledon, em Londres, em 1959. Ao longo de sua carreira, venceu 19 Grand Slam. Segundo o Daily Telegraph, que registra a classificação dos tenistas entre 1914 e 1972, Bueno foi a número 1 do mundo em 1959 e 1960. Em 1978, foi incluída no International Tennis Hall of Fame, tornando-se a primeira brasileira a receber esta honraria.

Fonte: Terra
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