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Cirurgia 'turbina' panturrilhas com próteses de silicone

Apesar de ser executado com menos frequência do que o aumento dos seios e a lipoaspiração, o implante de próteses nas panturrilhas ganha cada vez mais adeptos interessados em deixar as pernas torneadas

19 mar 2014 - 16h21
(atualizado às 16h23)
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O corte é feito atras do joelho e a prótese é introduzida na região medial da panturrilha
O corte é feito atras do joelho e a prótese é introduzida na região medial da panturrilha
Foto: Terra

Malhação e dieta balanceada nem sempre proporcionam as curvas e forma física desejadas. A genética entra na conta e uma mulher com tendência a ser magra, por exemplo, sempre vai encontrar dificuldades para ganhar massa muscular. Mesmo que seja esforçada, não é sempre que os seios, as pernas grossas e o bumbum ficam do tamanho e formas desejados. A medicina estética existe para preencher essa lacuna e são cada vez mais comuns os implantes de próteses nos seios, com 16,45% de todos os procedimentos feitos em 2011 de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, assim como nos glúteos, que somam 2,37% de todas as cirurgias. Mas homens e mulheres não param por aí e uma operação já procurada nos consultórios brasileiros é o implante de prótese de silicone nas panturrilhas. "Por ser um procedimento cirúrgico relativamente simples e seguro, tem atraído cada vez mais adeptos", afirmou o cirurgião plástico Alexandre Kataoka.

O procedimento, que custa cerca de R$ 15 mil e é mais procurado por mulheres, é a quarta opção entre as inclusões de próteses, ficando atrás das mamas, glúteos e queixo, afirmou o cirurgião plástico Márcio Castan. De acordo com os entrevistados, eles conseguem aumentar o volume das coxas fazendo musculação, mas, com frequência, as panturrilhas não ficam uniformes às novas proporções das pernas. É o caso da cabeleireira Maria do Socorro Dantas, 33 anos, que fez o procedimento há menos de um ano. “Eu malhava bastante e tinha a coxa grossa, mas a panturrilha não era. Depois da cirurgia ficou mais uniforme, as pessoas não reparam, mas eu senti diferença, fiquei feliz”, contou. De acordo com a experiência de Castan, a maioria dos pacientes é jovem, “homens com objetivo de um visual mais atlético e mulheres que buscam equilíbrio anatômico entre a panturrilha, coxas e quadril”, disse.

A mudança realmente não é gritante e, segundo os especialistas, os tamanhos são escolhidos com base da estrutura física do paciente. “O volume da prótese é definido a partir da altura, peso e desejo da pessoa. Os mais utilizados são de 140 ml e 180 ml", afirmou Kataoka. Maria do Socorro teve problemas no primeiro procedimento que fez para aumentar as panturrilhas: “ficaram muito grandes, não do jeito que eu queria”. Ela refez os implantes com próteses menores, de 140 ml. Além do volume maior, a região fica “definida” e rígida. Existem também casos para amenizar sequelas de poliomielite, acrescentou o cirurgião plástico Luiz Haroldo Pereira. “Os dois tipos de implantes são os simétricos e os assimétricos”, disse Pereira.

Pernas novas em uma hora

A cirurgia para o implante de próteses de silicone nas panturrilhas dura cerca de 40 minutos, segundo o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco e não é necessária anestesia geral. “Usamos a peridural, um bloqueio da cintura para baixo. A não ser que exista recomendação médica, não usamos a geral”, disse o também profissional da área Francisco Claro Oliveira Júnior. É feito um corte, de aproximadamente 5 cm, na dobra posterior do joelho, continuou Pacheco, e a pele é descolada até chegar ao músculo. Com uma espátula de cerca de 30 cm, é aberto um espaço na região medial, atrás do músculo, para a inserção da prótese.Segundo Oliveira Júnior, é importante que o cirurgião seja experiente para colocar o implante no lugar correto e eliminar os riscos de deslocamento. É um procedimento mais complicado que o feito nas mamas, no entanto, é preciso apenas um dia de internação e o paciente pode caminhar no mesmo dia. Pacheco informou que a recuperação do pós-operatório é simples: no primeiro dia, é aconselhado o uso de salto alto pelas mulheres, pois o movimento de levantar o calcanhar – por mais que provoque dores – é importante para não formar fibrose. Para os homens, Kataoka indicou o uso de palmilhas de calcanhar. Além disso, os pacientes usam meia de compressão na primeira semana.

Complicações

Como qualquer procedimento cirúrgico, existem vários riscos no implante de prótese de silicone nas panturrilhas: desde os anestésicos, como sangramentos, hematomas, infecções, perda dos movimentos da perna e deslocamento da prótese. A dona de casa Darleia De Carvalho Felix, 32 anos, levou um susto após a operação ao constatar que uma panturrilha estava mais volumosa do que a outra. “No começo, fiquei com medo, pois senti diferença na esquerda, mas com sessões de massagens, o inchaço se normalizou”, contou. Operada há dois anos, ela se recuperou rápido, não sentiu dores e meses depois estava de volta à academia. “A cicatriz fica em cima da marquinha que temos atrás do joelho e não dá para ver, faço todos os exercícios que costumava praticar e não sinto nada de diferente. Hoje me sinto mais bonita e faria de novo se precisasse”, relatou.

Pacheco citou o comprometimento de vasos sanguíneos que exigiriam drenagem e a compressão de um nervo pela prótese, que provocaria dores e perda de movimento, como riscos da cirurgia na região. O acúmulo de secreção e até mesmo a “expulsão” da prótese por meio de uma ferida formada pela rejeição do corpo também podem acontecer, acrescentou Oliveira Júnior. “A musculatura da panturrilha tem muita movimentação e está mais propícia a traumas. Mesmo a prótese sendo de mais consistência, podem ocorrer complicações”, afirmou o cirurgião.

Um estudo realizado com 200 pacientes nos Estados Unidos pelos cirurgiões plásticos Paul Chugay e Nikolas Chugay, entre 2007 e 2011, mostrou taxa de satisfação de 92,1% dos pacientes; 9,9% apresentaram assimetria entre as panturrilhas; e 6,43% tiveram seroma. A taxa de incidência de hematomas ficou em 0,49%; 1,98% tiveram infecções decorrentes do procedimento; e apenas 9,40% dos analisados sentiram dor devido à cirurgia.  Todos os pacientes foram avaliados no primeiro dia, primeira semana, primeiro mês, seis meses e um ano após a cirurgia.

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Fonte: Terra
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