Brasil é segundo país com mais jovens "nem-nem"; saiba o que é
Especialista explica as características da geração de jovens "nem-nem" e como essa situação pode ser modificada
Você já ouviu falar de geração "nem-nem" ou de jovens "nem-nem"? Essas expressões servem para falar de jovens que não trabalham e nem estudam no momento. Por isso, ela é associada a pessoas que não têm como continuar seus estudos, mas também têm dificuldade em se inserir no mercado de trabalho.
E o Brasil está em segundo lugar no ranking de países com maior porcentagem de jovens "nem-nem", atrás apenas da África do Sul, com 36% das pessoas entre 18 e 24 anos nessa condição. Quem diz isso é a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que usou dados de 2022.
Segundo o mentor de empresários André Minucci, várias características da sociedade brasileira podem gerar isso. "À medida que houve um crescimento da exigência de formação e experiência, o mercado de trabalho tornou-se mais restrito para aqueles que não têm uma educação formal completa ou qualificação adicional. Também há falhas no sistema educacional, o que leva à desistência dos estudos ou à formação precária em boa parte da população", analisa.
André diz ainda que a crise econômica e social que vem desde o fim dos anos 90 e o fato de cada vez mais jovens morarem com parentes e serem dependentes financeiros deles também contribuem para esse cenário. Além disso, uma das principais causas, no caso das mulheres, também é a gravidez precoce, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Medidas para mudar a situação no Brasil
Segundo André, a geração nem-nem não deve ser vista como um grupo desmotivado ou acomodado, mas sim pessoas que estão enfrentando grandes desafios. Por isso, é importante que algumas se tomem medidas para ajudar essa parcela da população e mudar a situação do Brasil nesse sentido.
Algumas dessas medidas estão ligadas a políticas públicas que os governos devem fazer. Investir na educação e na qualificação profissional e promover ações de inclusão social, por exemplo, são medidas essenciais.
Há também ações que os próprios jovens ou as pessoas ao seu redor podem fazer. Quem convive com os jovens pode, desde cedo, incentivar o empreendedorismo e ajudá-lo a buscar seu propósito. Também é bom que os jovens "nem-nem", que ainda não trabalham e nem estudam, invistam na saúde mental para não se desanimarem com essa situação.