Briga com Clodovil e veto na Casa dos Artistas: veja curiosidades sobre Jorge Lafond
Nos 21 anos sem Jorge Lafond, a CARAS Brasil mostra algumas curiosidades sobre o ator e humorista eternizado como Vera Verão, que morreu aos 50 anos
Há 21 anos, morria o ator Jorge Lafond (1953-2003) — que ficou nacionalmente conhecido por interpretar a personagem Vera Verão, uma das integrantes do programa A Praça é Nossa, do SBT, nos anos 1990. Foi no dia 11 de janeiro de 2003 que o Brasil recebeu a notícia da morte do artista, que atualmente é reconhecido como uma personalidade importante na história da comunidade LGBT+. Ele nos deixou aos 50 anos, após sofrer um infarto fulminante posterior a falência múltipla dos órgãos. A CARAS Brasil mostra, a seguir, algumas curiosidades sobre o humorista. Entre elas, briga com o apresentador Clodovil Hernandes (1937-2009) e veto na Casa dos Artistas, reality show do SBT.
AUDIÊNCIA NAS ALTURAS
O dono do famoso bordão "Epaaaa..." tinha 1,98m de altura e passava dos dois metros após calçar os saltos de Vera Verão. Toda vez que entrava em cena, elevava a audiência. Numa entrevista ao GLOBO, o diretor da Praça é Nossa, Marcelo de Nóbrega (60), contou que, se a produção estivesse marcando 9 pontos no Ibope, quando Vera chegava, ia para 10 ou 11.
BALÉ CLÁSSICO E DANÇA AFRICANA
O carioca Jorge Luiz Souza Lima foi criado na Vila da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele começou a trabalhar aos 9 anos de idade, numa oficina mecânica, mas continuou na escola e fez faculdades de Educação Física e Artes Cênicas. Ao longo de sua formação, também estudou balé clássico e dança africana e viajou com a dança por Europa e Estados Unidos antes de migrar para a televisão. Antes de se tornar um famoso humorista, Lafond também trabalhou como cabeleireiro.
BALÉ DO FANTÁSTICO E OS TRAPALHÕES
Nas telinhas, abriu portas para a comunidade LGBTQIA+ como uma drag queen e pedia respeito com seu bordão mais famoso: "Epa, bicha não!". Apresentou-se em cabarés, atuou com a coreógrafa Mercedes Batista e integrou o balé do Fantástico, da TV Globo. Protagonizou diversos espetáculos teatrais, estreou na teledramaturgia com um papel na novela Sassaricando (1987) e viveu o soldado Divino no humorístico Os Trapalhões.
BRIGA COM CLODOVIL
Em entrevistas , Jorge Lafond afirmou que o estilista e apresentador Clodovil Hernandes o ajudou a se aceitar como um homem gay na juventude, ao aparecer em programas de TV. Porém, a admiração acabou em 1992, quando o humorista disse ter sido alvo de "ironias e alfinetadas" no programa Clodovil Abre o Jogo, na TV Manchete.
"Admirava o Clodovil até o dia em que fui fazer Clodovil Abre o Jogo. A entrevista foi ironia atrás de ironia. Depois, recebi um bilhete do diretor junto com flores: 'Jorge Lafond, infelizmente a sua entrevista não pode ir ao ar por problemas técnicos'. Foi a bicha quem tentou me arrasar, mas comigo não deu. Foi pau a pau. Ela fez aquela linha de quem não é bicha, mas eu já sou a bicha mesmo e f***** tudo", afirmou o ator, em entrevista.
CARECA E CASA DOS ARTISTAS
Lafond sempre manteve a careca por escolha e não por genética. Ele contou que passou a máquina zero na cabeça pela primeira vez ao ser aprovado no vestibular de Educação Física, mas gostou do visual e decidiu mantê-lo.
O artista ganhou uma enquete que perguntava ao público qual famoso queria ver na 2ª temporada da Casa dos Artistas, do SBT, em 2002. Mesmo com a vitória, ele fez apenas uma participação na estreia do reality show. A participação como concorrente foi vetada pela diretoria da emissora.
DOMINGO LEGAL
Semanas depois da enquete para entrar na Casa dos Artistas, com o nome ainda em alta, Lafond participou do Domingo Legal, outro programa da emissora de Silvio Santos, mas foi convidado a se retirar do palco para que o padre Marcelo Rossi (57) se apresentasse.
Em entrevista ao TV Fama, ele confessou que a situação o chateou. "Me magoou muito. Se eu tivesse mandado ele para aquele lugar eu não estaria estressado como ainda estou", desabafou o ator.
CASO COM JOGADOR DE FUTEBOL
Lafond contou que teve um longo romance com um jogador da Seleção Brasileira em seu livro Bofes e Babados, lançado em 1998. Ele morreu anos depois sem revelar a identidade do atleta, deixando apenas algumas dicas sobre quem seria o amante misterioso. Ele garantiu que o jogador fazia parte da defesa da seleção e que o romance começou anos antes da Copa de 1998.
DESFILE NU
O ano era 1990 e a escola de samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro, tinha como enredo Todo Mundo Nasceu Nu. Sem medo do preconceito e usando apenas uma tapa sexo, Lafond não passou despercebido e gerou o maior burburinho em todos que avistavam sua figura imponente sem roupas, em cima de um dos carros da agremiação carioca.
O ator teve uma passagem tão marcante pelo Carnaval do Rio, que após sua morte, ele foi homenageado com a criação do Troféu Jorge Lafond. A premiação acontece para celebrar os destaques do Carnaval carioca.
MADRINHA DE BATERIA EM SÃO PAULO
Jorge Lafond desfilou como madrinha de bateria da escola de samba Unidos de São Lucas, no Carnaval de São Paulo. Ele ganhou o posto em 2002, quando a agremiação apresentou o samba-enredo Humor, Humoral, Humorizado. Manuel de Nóbrega e os Filhos do Riso, em homenagem ao comediante.
Manuel era pai de Carlos Alberto de Nóbrega (88), apresentador do humorístico A Praça é Nossa. Este foi o último Carnaval do artista, que morreu menos de um ano depois.
BRIGA FAMILIAR POR HERANÇA DE ATOR
Há alguns anos o nome de Jorge Lafond voltou a ser destaque na mídia após surgir um processo judicial protagonizado por Marcelo Padula e a família do ator. Na época, o empresário afirmou que vivia uma relação estável com Jorge e tinha documentos que poderiam comprar seu vínculo.
O processo durou alguns anos na Justiça de São Paulo e, apesar do empresário ter comprovado a relação afetiva com Lafond, ele acabou perdendo. Padula morreu em 2020, ainda enquanto o processo estava em curso e sua mãe passou a representá-lo no tribunal.
Conforme informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, foi entendido que apesar das provas a favor do empresário, a relação entre eles não cumpria os requisitos do Código Civil que reconhecem uma união estável. A herança do ator era composta por uma casa na cidade de Mairiporã, em São Paulo, e três seguros de vida que somam cerca de R$ 800 mil.
ESPÍRITO DE JORGE LAFOND
Silvia Abravanel (53) afirmou, durante participação no podcast Paranormal Experience, em agosto de 2024, que o espírito de Jorge Lafond estaria assombrando os estúdios do SBT. Segundo ela, um pintor teria ouvido o característico "Epaaaaa..." da personagem.
"O estúdio 6 é muito assombrado, tanto que tem um nosso pintor, que nunca mais a gente viu, estava lá pintando, durante a madrugada, porque o pessoal sempre pinta e faz esses serviços quando não estão gravando mais, e disse que a Vera Verão, deu um grito 'Epaaaa', bem na cara desse pintor", disse Silvia.
Ainda de acordo com ela, o profissional se assustou tanto que quase sofreu um acidente de trabalho. "Ele caiu pra trás e viu aquele homem, daquele tamanho todo. O Lafond já havia falecido. O pintor pulou da escada e correu, e está correndo até hoje. Várias pessoas que trabalham lá, nos arquivos de fita, dizem que escutam coisas ali [durante a madrugada, enfim", continuou a apresentadora.