Câncer de colo do útero: doença silenciosa no início acomete, principalmente, mulheres com mais de 25 anos
No Março Lilás, mês da conscientização e combate ao câncer de colo do útero, obstetriz especialista em saúde íntima fala sobre os fatores de risco da doença
Você conhece a origem do Março Lilás? A campanha foi criada para conscientizar sobre a importância de se prevenir contra o câncer do colo do útero. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença é a quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Durante o mês de março, profissionais e instituições de saúde pública e privada promovem algumas campanhas para sensibilizar as mulheres sobre os riscos da doença, os principais sintomas e como é feita a prevenção.
Câncer de colo do útero: se atente aos sinais!
Segundo Mariana Betioli, obstetriz especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo, os principais fatores que podem aumentar o risco de ter câncer de colo do útero são: histórico familiar, HPV, início precoce da vida sexual, fumo, HIV, alimentação pobre em nutrientes, múltiplas gestações, uso de anticoncepcionais hormonais por longos períodos, baixa imunidade e baixo nível socioeconômico.
O principal causador da doença é o papilomavírus humano (HPV) e o diagnóstico é feito pelo exame de Papanicolau, sendo comum a realização do exame associado ao teste de DNA do vírus HPV. Quando há alterações, o diagnóstico é confirmado através da colposcopia, que permite a visualização do colo do útero.
Em relação aos sintomas, a obstetriz explica ser necessário cuidados especiais, porque, em muitos casos, no início da doença, não há sintomas: "No início, pode não apresentar sintomas. Quando a doença está mais avançada, pode-se perceber sangramento anormal (menstruação mais longa e sangramento fora do período menstrual), aumento de corrimento, dor na relação sexual e dor pélvica".
Uma dúvida muito comum entre pacientes é se há relação entre a doença e a pílula anticoncepcional. De acordo com a obstetriz, quanto mais tempo a mulher tomar pílula anticoncepcional, maior será o risco de desenvolver câncer de colo de útero. Por isso, o acompanhamento ginecológico é fundamental.
Para a prevenção da doença, Mariana recomenda alimentação saudável, atividades físicas e se manter no peso ideal.
"Se vacinar contra HPV só é recomendado para mulheres até 26 anos. Essa vacina previne algumas formas de HPV, o que, indiretamente, pode ajudar a diminuir o risco de câncer de colo. Fazer o exame preventivo (papanicolau) não previne câncer, mas é uma excelente forma de rastrear e fazer o diagnóstico precoce, o que favorece o tratamento imediato e aumenta muito as chances de cura", finaliza a profissional.