8 materiais sustentáveis para utilizar na arquitetura
É possível optar por elementos com melhor custo-benefício, praticidade e durabilidade
A arquitetura moderna continua a evoluir, integrando arte, ciência e tecnologia na criação de espaços inovadores e funcionais. À medida que isso acontece, aumenta a variedade de tipologias e funções de matérias-primas. Paralelamente, cresce a demanda por eficiência energética e sustentabilidade, fatores que incentivam a substituição de revestimentos e outros materiais na criação de projetos com foco na redução dos impactos ambientais.
"A reutilização de materiais, a redução da produção de resíduos, o abandono da utilização de materiais tradicionais como concreto e aço, o consumo consciente e sem desperdício de matérias-primas e as novas formas de economizar energia são atitudes que corroboram para a diminuição dos impactos da construção civil no meio ambiente", completa a arquiteta Paula Passos, à frente do escritório Dantas & Passos Arquitetura ao lado da arquiteta Danielle Dantas.
Para facilitar, desmistificar e informar corretamente sobre como realizar essas trocas com total eficácia, as especialistas elencam os principais substitutos por meio dos conceitos de sustentabilidade e funcionalidade. Confira!
O que levar em conta?
A escolha dos novos revestimentos e materiais substitutos deve considerar uma série de fatores fundamentais para atender as necessidades específicas dos moradores e do projeto como um todo. "Geralmente motivadas por estilo e estética, o que garante repaginação ao espaço, as substituições levantam questões pertinentes a melhorias como o ciclo de vida, manutenção, durabilidade e compatibilidade com outros materiais já existentes", diz Danielle Dantas.
Desse modo, as arquitetas listam qualidades importante a serem consideradas:
- Finalidade e função: qual o uso do espaço? Dormitórios, cozinhas, salas e áreas gourmet possuem requisitos específicos, principalmente no que diz respeito ao conforto e segurança;
- Manutenção e durabilidade: todo produto tem sua vida útil prevista e prescrições de cuidado;
- Clima e intempéries: considere as condições do local que reside, uma vez que os materiais podem variar conforme as características climáticas e ambientais das regiões;
- Compatibilidade com outros materiais: se a substituição for parte de uma reforma, é bom verificar se os novos materiais são compatíveis com os existentes em termos de estrutura, acabamento e desempenho. Em muitos casos, a sensação de continuidade só é conquistada por meio de itens semelhantes;
- Avaliação profissional: dependendo do tipo de material escolhido, as arquitetas recomendam contratar profissionais especializados para avaliar as consequências na construção, visto que muitos tipos de substitutos requerem técnicas e habilidades específicas para sua instalação.
Materiais sustentáveis indicados
Antes de realizar as substituições, as arquitetas sugerem fazer o uso da tecnologia para ajudar na hora da escolha, pois se trata de um campo que já disponibiliza opções mais avançadas, com materiais inteligentes, sistemas de automação residencial e projetos em 3D para que o cliente visualize o resultado antes da construção. Além disso, elas recomendam explorar soluções como:
1. Madeira de reflorestamento
Material muito utilizado na arquitetura, sabe-se que grande parte é oriunda de origens não identificadas. O melhor caminho é adotar o emprego de madeiras de reflorestamento e certificadas por seu manejo de produção sustentável ou florestas replantadas. Considera-se ainda aquelas de demolição, reaproveitadas de construções antigas.
2. Blocos de isopor e PET
Reciclados em formato de blocos encaixados por sistema que não necessita de cola ou produto adesivo. A utilização do bloco é vantajosa financeiramente, pois proporciona uma redução no consumo elétrico e no valor final da obra, além de ser resistente ao fogo e propiciar um melhor isolamento térmico, deixando a temperatura dos ambientes mais confortáveis em qualquer estação do ano.
3. Bambu
Tem um plantio de menor impacto ambiental, cresce com facilidade, é leve e resistente. Pode ser usado em coberturas de construções.
4. Tijolos de terra compactada
Essa técnica antiga vem sendo resgatada para a produção dentro de novos processos construtivos. O tijolo é feito a partir da mistura de barro úmido, cascalho e um estabilizador.
5. Containers
É uma prática cada vez mais frequente, em que parte da estrutura já chega pronta, ganhando tempo de corte de levantamento. Passou de tendência para um sistema construtivo eficiente.
6. Vidro inteligente
O controle de transparência dos vidros inteligentes permite escurecer ou clarear a superfície. A passagem de luz para uma área é controlada e, com isso, é possível aproveitar a iluminação natural do sol, reduzir ou aumentar o aquecimento das salas e, por consequência, usufruir da diminuição do consumo elétrico.
7. Descarga com acionamento duplo
Para reduzir o desperdício de água em banheiros e lavabos, o acionamento duplo possui um mecanismo que oferece ao usuário duas opções: uma descarga parcial (3 litros) ou uma descarga total (6 litros).
8. Porcelanato
O porcelanato possui um custo-benefício mais interessante, maior resistência, mancha menos e tem menor índice de absorção de água.
Por Emilie Guimarães