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Arquiteto usa contêiner de navio para fazer casas ecológicas

Estrutura aproveita material que seria descartado. O custo é menor, porque se gasta menos com fundação e material de construção, segundo especialista

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A inspiração veio da Europa, onde construções usando contêineres são encontradas há alguns anos em países como França, Alemanha, Dinamarca e Holanda – com destaque para Amsterdã, onde essas caixas enormes servem de estrutura para moradias, inclusive de estudantes. Em uma vila estudantil da capital holandesa, mais de mil apartamentos-contêineres são encaixados em prédios de cinco andares.

O arquiteto Danilo Corbas somou a paixão por arquitetura industrial com pesquisas sobre essas moradias no exterior para erguer sua casa na Granja Viana, próximo de São Paulo. A residência, de 196 m² distribuídos por dois andares, foi feita com quatro contêineres – sim, aqueles mesmos que transportam produtos pelo mar em grandes navios cargueiros.

A colocação das peças é feita com guindaste. “A fundação é mais leve do que para uma casa normal, porque as estruturas são mais leves. Isso se reflete num custo mais baixo: a gente gasta menos em fundação e material para construção. A casa-contêiner pode ficar até 25% mais barata que uma casa do mesmo tamanho de alvenaria”, diz Corbas.

Os contêineres foram comprados pelo arquiteto de empresas autorizadas. Como a “casca” da casa já está pronta, basta fazer os recortes que servirão como portas e janelas. O acabamento fica a gosto do freguês, e pode ou não incluir a instalação de esquadrias. “Podemos fazer recortes para abrir e integrar os ambientes, para fazer espaços maiores. Posso tirar todas as paredes do contêiner e fazer um cômodo com vários deles”, exemplifica.

Os forros do teto podem manter o aspecto ondulado das caixas de metal ou receber um acabamento de madeira ou drywall, que vai deixar o contêiner com mais “cara de casa”.

Como a estrutura é feita de aço corten, é necessário cuidar do isolamento termoacústico, para que o local não se transforme numa estufa. A solução mais ambientalmente correta encontrada por Corbas foi fazer o isolamento nas paredes com uma manta PET, produzida a partir de garrafas.

“No caso dessa obra, toda a instalação elétrica e hidráulica corre por dentro das paredes, que receberam um revestimento de drywall”, esclarece. No telhado, podem ser usadas telhas sanduíche – duas telhas metálicas entremeadas por um material isolante, como o isopor. As telhas podem ser pintadas de branco para refletir o sol, ou ainda, receber um telhado verde. Na casa do arquiteto, o telhado verde criou duas áreas de relaxamento, duas varandas adjacentes às suítes do andar superior.

Nos revestimentos das paredes também podem entrar recursos de alvenaria, drywall ou madeira. Ou até vidro, como foi feito na casa-piloto da Granja Viana. Outros artifícios para manter a temperatura interna agradável e evitar o uso do ar-condicionado é apostar na ventilação cruzada (janelas e portas no mesmo ponto em paredes opostas que permitem a circulação do ar em várias direções) e distribuir os cômodos de acordo com a incidência do sol. Aproveitar árvores do terreno (ou plantá-las) também ajuda.

No piso, é possível manter a própria estrutura do contêiner ou, como fez Corbas, dar um acabamento mais caseiro, com madeira nos quartos, porcelanato nos banheiros e tecnocimento na sala.

Assim como em uma casa de alvenaria, a manutenção deve ser feita a cada dois anos e não exige esforço fora do normal – basta checar se há trincas ou ferrugem. Se estiver tudo bem, é só renovar a pintura. Há tintas mais especificas para metal, mas o arquiteto opta por aquelas tipo esmalte à base d'água, ecológicas.

Corbas tentou incorporar conceitos ambientais não só na construção, mas também na decoração. As luzes, de LED, gastam 10% da energia das incandescentes. Os móveis são feitos com material reciclado ou certificado, como as cadeiras confeccionadas a partir de garrafas PET e os móveis com madeira de reflorestamento. A água da chuva é reaproveitada, e a água é aquecida por um sistema que tem o sol como fonte. A casa pode até ter esse corpinho industrial, mas mantém a alma verde.

Fonte: PrimaPagina
Fonte: Terra
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