De jardins a bares: 17 ambientes da CASACOR SP para visitar de graça
Mesmo sem comprar o ingresso, você pode ter um gostinho da mostra que acontece no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista.
O Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo, recebe a 37ª edição da CASACOR São Paulo. Se você deseja ter um gostinho da mostra, mas não tem ingresso, não se preocupe, 17 projetos estão abertos ao público gratuitamente! Entre eles estão restaurantes e bares, mediante a reserva no aplicativo da CASACOR, além de lojas, jardins e lounges abertos ao público até 28 de julho.
Trouxemos um pouco da história de cada um deles para você conhecer melhor e selecionar quais deseja visitar:
Vista Xingu
A paisagista Mônica Costa homenageou o Rio Xingu, que nasce no Centro-Oeste e corta a Amazônia, promovendo um diálogo sobre o uso consciente dos recursos naturais. Em seu jardim de 265 m², que induz à desconexão do entorno urbano, ela incluiu plantas e madeira carbonizada, utilizada nas divisórias e nas jardineiras.
Em alusão ao comércio legal, a disposição das ripas na lateral insinua um código de barras. O deck de cumaru e o banco esculpido de um tronco caído exemplificam maneiras sustentáveis de usar a matéria.
Ambiente Solos
Com 115 m² e localizado na entrada da mostra, "Ambientes Solos", da arquiteta Daniela Funari , representa a integração entre o litoral e o interior do Brasil.
O tom de areia das praias contrasta com o bordô da terra, que escurece conforme se afasta do oceano.
A bilheteria, chapelaria e um lounge de contemplação exibem uma seleção de mobiliário nacional produzido com madeiras e pedras nobres. Entre eles se destacam: as telas de Annike Limborço e o tapete "Coragem" de Rapha Preto , que reutiliza fibras de carpetes antigos e redes de pesca recolhidas do mar.
Lounge Bar Happines Alpha Realty
Projetado pela arquiteta Carla Felippi , o lounge de 85 m² oferece uma experiência sensorial que se alterna entre a calma e a excitação.
Aqui, a iluminação desempenha um papel central, com um grande painel de tela tensionada que replica o efeito da luz natural, além de outros cenários luminosos — incluindo um trecho estroboscópico.
Os espelhos dispostos nos pilares, revestidos de um MDF ripado, servem como um convite para refletir sobre o passado, segundo a profissional.
Refúgio Ancestral
O Bar Caracol, projetado por Gabriela Prado , resgata a ancestralidade em seus 152 m². O teto lembra um vitral e ganha modernidade com uma fita de led que transpassa sua estrutura.
O piso mistura cerâmica e porcelanato, com desenho orgânico em tons de cinza e azul. Duas paredes ripadas curvas dão movimento ao espaço, marcado por móveis de linhas retas — com exceção do sofá oval da entrada, do designer egípcio Karim Rashid , um dos lançamentos exclusivos CASACOR São Paulo 2024.
Ilhas de Reflexão
Circulação fluida e iluminação sob medida são dois destaques no banheiro funcional de 48 m² das arquitetas Débora Pinheiro e Renata Nascimento .
A cabine central disposta como ilha e realçada por fontes de luz direcionadas do alto, carrega o conceito de introspecção e guarda uma inteligência projetual ao abrigar discretamente o ponto do hidrante. Chapas de pedra que dão forma à bancada e mudas de plantas também marcam presença.
Reflexos do Banco BRB
No lounge de 130 m² do Banco BRB , projetado por José Navarro , materiais refletivos foram posicionados para induzir a reflexão sobre a fugacidade das coisas.
Em um bom exemplo de reaproveitamento, a poltrona com estofamento azul ganhou um encosto encontrado entre os descartes da fábrica. Para ajudar na climatização, um espelho d'água, instalado em um piso elevado reutilizado, funciona como um sistema passivo de refrigeração do ar.
Praça Tekohá
Em guarani, "tekohá" significa o lugar onde somos o que somos: terra, floresta, campos, cursos d'água e plantas, enfim, o território onde o modo de vida indígena se desenvolve.
A praça de 129 m², criação de Luciano Zanardo , conta com um hall de entrada e grande living. A ponte com a natureza se dá pelo mobiliário feito de árvores caídas, lustre confeccionado de um galho, muxarabi de madeira e painel fotográfico "O Tronco", de Marcelo Menezes. Exemplares de bancos esculpidos por Kulikyrda Mehinaku foram posicionados para representar os animais nativos do Território Indígena do Xingu.
Espaço Brennand
Diversas religiões e crenças sugerem que o ser humano nasceu do barro e o sopro divino no punhado de terra úmida produziu também arte, cultura e amor. Com a terra molhada, carregada dessa simbologia, se faz a argila: ingrediente básico da cerâmica.
E é esse material que marca toda a vida e carreira de Francisco Brennand, fundador da oficina batizada com seu sobrenome, que comparece à mostra com uma loja de 48 m².
O projeto de Renata Patelli e seus sócios, Victor Linhares e Ivan Farha, instalou, no centro do local, um forno para representar o processo de queima das peças e remeter ao calor do ninho.
Ceiba Camba
Uma árvore emblemática da Bolívia é o ponto de partida deste ambiente de 54 m², montado por Eduardo Baldelomar para a Gustavo Eyewear.
A paleta veste as cores da ceiba camba, espécie de paineira, e tinge de rosa e amarelo o mobiliário. Após o evento, o mosaico em cerâmica, do artista Andrés Fenix, será doado para uma ONG que trabalha pela preservação da biodiversidade do país andino
Sertões do Saber
Influenciada pelo clássico da literatura brasileira "Os Sertões", do autor Euclides da Cunha, a livraria Unisaber mostra a história do cangaço para refletir sobre a passagem do tempo.
Em 68 m², elementos das construções nordestinas, como barro, fibras e madeiras ganham protagonismo. A palha reveste a parte inferior e as colunas das estantes, que expõem publicações dos mais diversos gêneros; a poltrona Jangada, de couro caramelo, alude à vestimenta sertaneja; e o sofá curvo off-white confere aconchego, além de contribuir para o cenário com uma dose de modernidade.
A Resposta
Unir o encanto do artesanal com a contemporaneidade é a proposta dos arquitetos Lucas Blaia e Bruno Moura para a loja da Feira na Rosenbaum.
Respeitando a arquitetura modernista do Conjunto Nacional, o ambiente de 55 m² se baseia em obras artísticas de crochê confeccionadas com linhas que seriam descartadas, além de uma instalação feita de palha. A paleta de cores em tons de terracota, inspirada pelo bioma Amazônia, é complementada pela madeira e pelo piso composto de sobras de cacos de mármore.
Casaviva
O uso de materiais naturais na vida cotidiana nos leva de volta aos primórdios da civilização: terra, fibras, pedra e madeira.
A partir desses elementos tradicionais e da interconexão entre pessoas e natureza, a Trees Arquitetura projetou esta casa de 109 m². Com madeira de reflorestamento, vasos e lustres de barro, além de tapetes de sisal e de couro reciclado, este ambiente aconchegante funciona, durante o evento, como o escritório da plataforma de entretenimento Aviva.
Conexão by Minimal Design
Cinco arquitetas são responsáveis por este coworking de 143 m²: Isabella Leonetti, Mariana Paquier, Alessandra Ruiz, Pierina Piemonte e Carolina Correia, da LP+A Arquitetura.
Foi desta união que o poder do feminino se tornou, de forma natural, o elemento da linguagem do ambiente. Assim como o útero abriga e nutre a vida, o espaço é um santuário do afeto, um ventre acolhedor que celebra a energia da mulher e a força da criação. Para trazer esse senso de pertencimento, o escritório apostou em formas curvas e orgânicas, cores quentes e neutras e um mural com arte urbana.
O local é totalmente funcional e pode ser utilizado para trabalho e reuniões, com agendamento prévio. Todas as quartas-feiras, às 17h, recebe palestras sobre arquitetura e bem-estar.
Ristorantino Caffé
O imponente forro de MDF, que sobrevoa os 339 m² como uma nuvem gigantesca, é o que captura a atenção aqui - muito provavelmente seguido das bancadas e tampos de quartzito blue deep.
Ou seja, é quase impossível entrar no salão do Ristorantino e não olhar para cima. O clima futurista com toques de maximalismo idealizado pelo escritório Guardini Stancati é regado a luz natural e princípios biofílicos.
Café Isabela Akkari
Que ancestrais queremos ser? Com esse questionamento em mente, as arquitetas do Studio HA elaboraram uma proposta que oferece um sentimento de esperança por meio de tons de rosa acolhedores, formatos fluidos, forro de tecido e cenários que estimulam a proximidade com o outro.
Comandado pela chef Isabela Akkari, o café de 215 m² possui cinco setores: cozinha, sala privada, salão com mesas, área de serviços e atendimento.
Colmeia com Mel
O trabalho ecológico das abelhas no planeta também foi tema nesta edição! Johnny Viana enaltece esses insetos em sua versão do restaurante Badebec, como inspiração para uma existência humana mais sustentável.
Com 346 m², o design de diversos elementos alude ao universo das colmeias - como o bufê e estante assinado pelo escritório e a tapeçaria de Geraldo Caraca.
Bardega
O bar de 230 m² foca no vinho, com arquitetura que se assemelha a adegas tradicionais, utilizando paredes de pedra e teto de madeira certificada.
Os arquitetos Andresa Frutuoso de Souza, Rudolf Andreas Riederer, Stephanie Lavos e Felipe Alves de Oliveira abordam a conexão com a natureza do ponto de vista enológico, reunindo pessoas em momentos de convívio e celebração.
Para o paisagismo, que conecta o interior ao exterior, o coletivo optou por plantas nativas e iluminação intimista.